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Número de consorciados ativos dobra em 13 anos

Sistema passa ao largo de crises e executivos creditam crescimento à alta na renda e à consciência financeira do consumidor
Marcos Zanutto
Bens adquiridos por meio de consórcio ajudaram o empresário Neivo Robson a alavancar os negócios
O número de consumidores que aderiram ao sistema de consórcios dobrou em 13 anos, segundo o último relatório divulgado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). No balanço referente a outubro, 5,63 milhões de cotas estão ativas, ante 2,81 milhões em 2000. Crescimento que bateu em 10,4% em apenas um ano, ao superar os 5,10 milhões do mesmo mês de 2012. 

Empresários do setor acreditam que os motivos sejam o crescimento da renda, o maior conhecimento sobre o sistema e a conscientização financeira por parte da população brasileira. "Para quem não precisa do bem imediatamente é uma forma de poupar", diz o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi. 

Para o diretor de Operações da BR Consórcios, José Roberto Luppi, o aumento de renda beneficia a todas as classes socioeconômicas. Ele afirma que nos últimos 13 anos houve crises econômicas no País e no mundo, mas o setor nunca deixou de crescer. "Esperávamos que dobrasse em número de consorciados, mas não na velocidade em que ocorreu", diz. 

Luppi considera que o avanço do sistema não está ligado ao do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, mas à consciência de renda. "Depois da estabilidade econômica no País, aumentou o número de pessoas que usam o consórcio como construção de patrimônio." 

Ambos evitam fazer um paralelo entre as previsões de crescimento do PIB para este ano, estimado pelo Banco Central para ficar entre 2% e 2,5%, com o dos consórcios. Mesmo os reajustes sobre a taxa básica de juros, a Selic, que foi do patamar mais baixo da história de 7,25% para 10% neste ano, tiveram reflexo "residuais" sobre o sistema, segundo Rossi. "Torcemos apenas para que as taxas de emprego e renda sigam em alta, com a inflação em controle", cita o presidente da Abac. 

O diretor da BR Consórcios lembra que o sistema tem salvaguardas mais sólidas do que outras formas de consumo, como os financiamentos. "Se a inadimplência no País é de 10%, por exemplo, nos consórcios fica em 4%. E, neste ano, está estável em relação a outros anos." 

Por segmento
As motocicletas lideram entre os produtos com maior participação de cotas de consórcios (42,5%), seguidas por veículos leves (40,4%), imóveis (12,3%), veículos pesados (3,8%), outros bens duráveis (0,6%) e serviços (0,3%). Rossi afirma que os veículos leves tiveram o maior aumento por segmento, com 9,5% a mais de presença das vendas em geral sobre os dez primeiros meses do ano passado. De todos os automóveis, utilitários ou caminhonetes vendidos no período, 13,8%, ou um a cada sete, foram por consórcios. 

Em número de participantes em veículos leves, a alta foi de 12,2%, ao passar de 4,36 milhões entre janeiro e outubro de 2012 para 4,89 milhões no mesmo período deste ano. Em motocicletas, a variação de cotas ativas foi de 2,1%, com 2,35 milhões nos dez meses iniciais do ano passado para 2,40 milhões neste ano. Em veículos pesados, a diferença de consorciados foi de 197 mil para 214 mil, ou 8,6% a mais. 


Fábio Galiotto
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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