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Brasileiros têm baixo desempenho em avaliação de lógica

País é o 38º colocado entre 44 submetidos a testes por programa internacional de avaliação de estudantes

Gina Mardones
"Achei que a educação brasileira estivesse um pouquinho melhor", comentou Isabela Martinez, medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática em 2013
Londrina - Certa vez, a aluna Isabela Yabe Martinez, de 15 anos, estava em uma loja com a mãe, Silvia, que queria comprar uma mala de viagem. A vendedora ofereceu-lhes um desconto, mas não soube como calculá-lo no preço final do produto. Isabela, que à época tinha 12 para 13 anos, pediu a calculadora emprestada e fez ela mesma a conta adequada para que a mãe levasse a mala com o desconto combinado. "A matemática é fundamental no nosso dia a dia. Se as pessoas não souberem contas básicas, vão ter dificuldades em qualquer profissão", ressaltou a garota, que no final do ano passado conquistou a única medalha de ouro das escolas do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Londrina na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

O que mais fascina Isabela no estudo da matemática são os exercícios que estimulam o raciocínio. E é por isso que ela se mostra desapontada com o desempenho dos alunos brasileiros no Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes que testou a habilidade de estudantes de 15 anos em resolver problemas de raciocínio lógico relacionados a situações práticas do cotidiano. Segundo o resultado divulgado ontem pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ocupa o 38º lugar entre os 44 países que tiveram a habilidade de seus estudantes avaliada.

"Nossa. Achei que a educação brasileira estivesse um pouquinho melhor", comentou a aluna ao saber do resultado pela FOLHA. Isabela atualmente cursa o primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Hugo Simas, em Londrina, e por conta de seu desempenho na OBMEP do ano passado foi classificada para o Programa de Iniciação Científica (PIC) que prevê o ensino complementar de Matemática por um ano. Os estudantes têm direito à bolsa de R$ 100 mensais, custeada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Lógica
Aplicado a cada três anos e voltado para leitura, ciências e matemática, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes avaliou 85 mil estudantes de 15 anos de todo o mundo e, pela primeira vez, mediu a capacidade de resolução de problemas mais elaborados de lógica e raciocínio. No Brasil, menos de 2% dos estudantes avaliados atingiram a performance máxima na solução dos problemas de matemática complexos e 47,3% tiveram baixo desempenho. A média dos jovens brasileiros foi de 428 pontos, abaixo da média de 500 pontos obtida pelos países mais bem colocados da OCDE. O relatório da registra que, no País, as meninas tiveram performance melhor que os meninos e que a situação socioeconômica do estudante também tem impacto no resultado.

Os países que lideram o ranking da OCDE são Cingapura, Coreia do Sul e Japão. As três últimas posições são ocupadas por Uruguai, Bulgária e Colômbia. Nos testes, os estudantes executaram tarefas em um aparelho MP3, tiveram que usar o controle remoto de um aparelho de ar-condicionado para controlar condições de temperatura e umidade e simular a compra de um bilhete de trem em um teclado sensível ao toque.

Em dezembro do ano passado a OCDE havia divulgado resultados do Pisa 2012 que mostram que, entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar no desempenho dos estudantes nas três áreas de conhecimento avaliadas.(Com Folhapress)

folha de londrina


Diego Prazeres
Reportagem Local
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