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Descaso com o patrimônio público

Abandonada há quase dois anos, obra do CMEI Maria Celina está depredada; prefeitura realiza licitação para finalizar unidade

Fotos: Marcos Zanutto
O centro de educação infantil já foi arrombado, pichado, depredado e vários objetos foram furtados
Empresa contratada deve executar os serviços em 120 dias
Londrina - Prestes a completar três anos da data de inauguração prevista inicialmente, o Centro de Educação Infantil (CMEI) do Conjunto Habitacional Maria Celina (zona norte de Londrina) representa um típico caso de descaso com o patrimônio público. A edificação do centro estava avaliada inicialmente em R$ 1.594.323,17. Depois de vários atrasos no cronograma, a obra está parada desde junho de 2012. A consequência é que a unidade foi arrombada, pichada, depredada e vários objetos foram furtados, como cubas de inox, mármore das bancadas e azulejos.

Com a retirada das telhas, as lajes ficaram sujeitas às infiltrações de água, danificando a estrutura que já estava pronta. E em alguns pontos a vegetação atinge mais de três metros de altura. O local também virou abrigo para moradores de rua e usuários de drogas. Ou seja, uma obra que estava praticamente pronta passou por um processo de deterioração que a reduziu ao esqueleto de aço e concreto sem acabamento.

Na semana passada, a prefeitura anunciou uma licitação para a finalização da obra, que terá um valor de R$ 762.911,46, ou seja, 47,85% do valor inicial da obra, que estava praticamente pronta. Os recursos para a obras são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por intermédio do convênio Pró-Infância, em parceria com os investimentos do governo municipal.

Além do valor que terá de ser desembolsado, o retrabalho significa também prejuízo aos pais que moram na região. A empregada doméstica Cecília Aparecida Araújo Silva tem quatro filhos, com idades que variam entre 3 e 11 anos. Três poderiam ter estudado no CMEI se tivesse sido entregue na data prevista. Segundo ela, por falta de vagas, ela tinha que recorrer a ajuda de parentes para cuidar dos filhos enquanto trabalhava. Mesmo assim, afirmou, ela precisava sair mais cedo do trabalho por causa das crianças.

Depois de dois anos de espera, Cecília finalmente conseguiu uma vaga para o terceiro filho, de cinco anos, no CMEI Vista Bela, no bairro vizinho. "Espero que essa obra termine logo. Pelo menos o caçula poderá aproveitar um pouco", apontou o marido de Cecília, Júlio César da Silva.

Sem condições de contratar uma pessoa para cuidar dos filhos e sem parentes por perto, Rosimeire Kraisel optou por trabalhos que pudesse realizar em casa. "Eu acabo fazendo trabalhos de digitação para as pessoas", relatou Rosimeiro, que tem um 4 anos e outro de 4 meses. "Essa escola faz muita falta para mim. Eu tentei conseguir uma vaga no Parque Ouro Verde, onde meu marido trabalha, mas eles falaram que a prioridade é para quem mora no bairro. Meu filho está prestes a completar a idade para entrar no Ensino Fundamental e tenho medo que eles priorizem quem era aluno de CMEIs."

folha de londrina
Vítor Ogawa
Reportagem Local
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