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Família culpa atendimento na UPA por morte de criança

Menino de 2 anos morreu no domingo após ser atendido na unidade; laudo do IML apontou que óbito foi por causas naturais

Celso Pacheco
"O caso dele era grave e demoraram demais para chamar o Samu", criticou Roberto Nogueira, pai da criança
Londrina – A família do menino Roberson Santos Nogueira das Dores, de 2 anos, criticou o atendimento prestado à criança na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Sabará, na zona oeste de Londrina. O menino morreu no domingo pela manhã após dar entrada no ambulatório com falta de ar e desmaio. O sepultamento foi realizado ontem no Cemitério Jardim da Saudade, na zona norte.

De acordo com o pai, Roberto Nogueira, de 43 anos, o filho começou a passar mal no início da manhã com muita vontade de urinar e respiração ofegante. "Ele chegou a desmaiar. Fiz respiração boca a boca e ele voltou ao normal. Imediatamente levei ele até a UPA. Ele foi colocado em uma maca e começaram a fazer massagem cardíaca nele, mas não estavam conseguindo estabilizá-lo", contou o mensageiro de hotel, que mora no Portal de Versalhes 1, localizado a menos de um quilômetro da UPA.

O pai relatou ainda que uma ambulância avançada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e demorou 40 minutos para chegar até a unidade. "O caso dele era grave e demoraram demais para chamar o Samu. Me perguntaram diversas vezes quais os sintomas que ele tinha sentido, mas não fizeram nada para reverter o quadro. O atendimento prestado foi fraco e a morte do meu filho poderia ter sido evitada", apontou Nogueira, que é diabético, mas garantiu que o filho não sofria da doença. "Há três meses fiz um teste de glicemia nele e os níveis estavam normais." O menino morreu duas horas depois de ter dado entrada na UPA.

"Quando me deram a notícia ainda falaram que o meu filho tinha uma lesão no pescoço, que poderia ser indício de agressão física. Isso é um absurdo. O atendimento foi ruim e ainda quiseram colocar a culpa nas minhas costas", indignou-se o pai. Roberto Nogueira prestou depoimento na 10ª Subdivisão Policial (SDP) sobre a suposta violência. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte da criança foi de causas naturais e que não havia nenhum vestígio de lesão no corpo do menino.

O secretário municipal de Saúde, Mohamed El Kadri, informou que a criança chegou em estado grave à UPA e foi encaminhada à sala de emergência e que todos os procedimentos padrões nestes casos foram cumpridos. "Ele não tinha nenhum problema de saúde anterior e nem passava por tratamento de doença aguda ou crônica. A primeira medida foi tentar estabilizar e reverter o quadro de parada cardíaca. O Samu foi acionado justamente por que era um caso grave e necessitava de uma transferência. O que era possível fazer foi feito", garantiu o secretário. Segundo El Kadri, a direção da UPA vai aguardar o laudo do IML e analisar os prontuários do atendimento para decidir se será aberto um procedimento interno para investigar o caso.
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local-folha de londrina
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