Nova ação da Lava Jato liga Youssef a mensalão
Doleiro londrinense e familiares de Janene viram réus a partir de denúncia de lavagem de dinheiro
Curitiba - O juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, Sérgio Moro, acatou ontem nova denúncia feita pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que apura o mega esquema de lavagem de dinheiro alvo da Operação Lava Jato, e transformou em réus, além do doleiro londrinense Alberto Youssef, familiares do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em setembro de 2010. Eles são réus na ação penal que investiga lavagem de dinheiro produto de crimes contra a administração pública federal, associação criminosa, apropriação indébita e estelionato.
Os familiares citados na ação são Danielle Kemmer Janene, filha do ex-deputado; e Assad Jannani e Meheidin Hussein Jenani, respectivamente irmão e primo de Janene. Ainda são réus no processo o doleiro Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva, Carlos Alberto Pereira da Costa, Rubens de Andrade Filho, Dinorah Abrao Chater e Carlos Alberto Murari. O juiz ainda declarou a chamada extinção de punibilidade de José Janene, em razão do falecimento.
Segundo a denúncia, os acusados "previamente associados, sob o comando de José Janene e Alberto Youssef, na cidade de Londrina, sede da quadrilha, ocultaram, dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de bens, tendo lavado recursos criminosos de titularidade do ex-deputado federal para investimentos em empreendimento industrial, constituindo a empresa Dunel Indústria".
Estes valores seriam oriundos do caso mensalão, escândalo de corrupção do primeiro mandato do governo Lula. Conforme o MPF, o doleiro Youssef teria lavado pelo menos R$ 1,16 milhão de um total de R$ 4,1 milhões repassados pelo empresário Marcos Valério, condenado como operador do mensalão, ao então deputado federal José Janene, líder do Partido Progressista (PP) na época do escândalo.
Segundo o MPF, do R$ 1,16 milhão, "R$ 537,2 mil são originados de operações via sistema financeiro da cidade de Brasília, sendo realizadas a partir de agências bancárias pelo doleiro Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva e Dinorah Abrão e, as demais, no valor de R$ 618,3 mil, a partir de agências bancárias em São Paulo, por Carlos Alberto Pereira da Costa e Rubens de Andrade". Entretanto, conforme reforça o MPF, "todas as operações foram efetuadas a mando de Janene e Alberto Youssef".
Para o MPF, o objetivo "de José Janene, sua filha Daniele, seu primo Meheidin Hussein Jenani, Carlos Murari, Alberto Youssef e Assad Jannani nessa empreitada, como de fato ocorreu, era utilizar a empresa Dunel Indústria para ocultar e dissimular a origem ilícita de recursos que seriam injetados nessa empresa, convertendo-os em ativos lícitos, e induzir em erro os sócios Hermes Freitas Magnus e Maria Teodora Silva que acreditavam na licitude das operações. Caso estes se opusessem, afastá-los paulatinamente do comando da Dunel, para ao final apropriarem-se dos valores e transferir os ativos para a JN Rent Car Locadora de Veículos Ltda., de propriedade de Assad Jannani, seu irmão".
O MPF ainda ressaltou que, no início de 2009, "os sócios da Dunel Indústria afastaram-se definitivamente da gestão da empresa, passando esta a ser comandada por Danielle Kemmer Janene, que assumiu o cargo de diretora comercial; Meheidin Hussein Jenani, assumiu como gerente de fabricação, e Carlos Alberto Murari, o cargo de diretor financeiro".
PRISÕES
Além de acatar a denúncia contra os dez acusados, o juiz Sérgio Moro ainda decretou nova prisão preventiva dos réus Alberto Youssef, Carlos Habib Chater, Carlos Alberto Pereira da Costa e Ediel Viana da Silva. Todos já estão presos em razão de outras denúncias da Lava Jato.
DEFESA
Antônio Figueiredo Basto, advogado de Youssef, informou que ainda não teve acesso ao teor da ação penal e que não iria se manifestar sobre assunto. Entretanto, definiu como "lamentável" ficar sabendo sobre a nova denúncia pela imprensa e não pelo MPF ou pela Justiça Federal. Os demais réus e suas defesas não foram encontrados pela equipe da FOLHA ontem.
folha de londrina
Os familiares citados na ação são Danielle Kemmer Janene, filha do ex-deputado; e Assad Jannani e Meheidin Hussein Jenani, respectivamente irmão e primo de Janene. Ainda são réus no processo o doleiro Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva, Carlos Alberto Pereira da Costa, Rubens de Andrade Filho, Dinorah Abrao Chater e Carlos Alberto Murari. O juiz ainda declarou a chamada extinção de punibilidade de José Janene, em razão do falecimento.
Segundo a denúncia, os acusados "previamente associados, sob o comando de José Janene e Alberto Youssef, na cidade de Londrina, sede da quadrilha, ocultaram, dissimularam a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de bens, tendo lavado recursos criminosos de titularidade do ex-deputado federal para investimentos em empreendimento industrial, constituindo a empresa Dunel Indústria".
Estes valores seriam oriundos do caso mensalão, escândalo de corrupção do primeiro mandato do governo Lula. Conforme o MPF, o doleiro Youssef teria lavado pelo menos R$ 1,16 milhão de um total de R$ 4,1 milhões repassados pelo empresário Marcos Valério, condenado como operador do mensalão, ao então deputado federal José Janene, líder do Partido Progressista (PP) na época do escândalo.
Segundo o MPF, do R$ 1,16 milhão, "R$ 537,2 mil são originados de operações via sistema financeiro da cidade de Brasília, sendo realizadas a partir de agências bancárias pelo doleiro Carlos Habib Chater, Ediel Viana da Silva e Dinorah Abrão e, as demais, no valor de R$ 618,3 mil, a partir de agências bancárias em São Paulo, por Carlos Alberto Pereira da Costa e Rubens de Andrade". Entretanto, conforme reforça o MPF, "todas as operações foram efetuadas a mando de Janene e Alberto Youssef".
Para o MPF, o objetivo "de José Janene, sua filha Daniele, seu primo Meheidin Hussein Jenani, Carlos Murari, Alberto Youssef e Assad Jannani nessa empreitada, como de fato ocorreu, era utilizar a empresa Dunel Indústria para ocultar e dissimular a origem ilícita de recursos que seriam injetados nessa empresa, convertendo-os em ativos lícitos, e induzir em erro os sócios Hermes Freitas Magnus e Maria Teodora Silva que acreditavam na licitude das operações. Caso estes se opusessem, afastá-los paulatinamente do comando da Dunel, para ao final apropriarem-se dos valores e transferir os ativos para a JN Rent Car Locadora de Veículos Ltda., de propriedade de Assad Jannani, seu irmão".
O MPF ainda ressaltou que, no início de 2009, "os sócios da Dunel Indústria afastaram-se definitivamente da gestão da empresa, passando esta a ser comandada por Danielle Kemmer Janene, que assumiu o cargo de diretora comercial; Meheidin Hussein Jenani, assumiu como gerente de fabricação, e Carlos Alberto Murari, o cargo de diretor financeiro".
PRISÕES
Além de acatar a denúncia contra os dez acusados, o juiz Sérgio Moro ainda decretou nova prisão preventiva dos réus Alberto Youssef, Carlos Habib Chater, Carlos Alberto Pereira da Costa e Ediel Viana da Silva. Todos já estão presos em razão de outras denúncias da Lava Jato.
DEFESA
Antônio Figueiredo Basto, advogado de Youssef, informou que ainda não teve acesso ao teor da ação penal e que não iria se manifestar sobre assunto. Entretanto, definiu como "lamentável" ficar sabendo sobre a nova denúncia pela imprensa e não pelo MPF ou pela Justiça Federal. Os demais réus e suas defesas não foram encontrados pela equipe da FOLHA ontem.
folha de londrina
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local
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