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Sul é única região com queda na desocupação

Taxa nos três estados sofre retração de 6,1% para 4,0%, enquanto média do País é de alta de 6,1% para 6,5% entre 2012 e 2013

Marcos Zanutto/19-08-2014
Segundo a Pnad, o número de ocupados no Paraná teve alta e chegou a 5,780 milhões em 2013
A região Sul teve os melhores indicadores de emprego e renda pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), principalmente por ser a única com recuo na taxa de desocupação, que foi de 6,1% em 2012 para 4,0% em 2013. Conforme divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice no País passou de 6,1% para 6,5% no mesmo comparativo.

Os três estados juntos também tiveram o maior aumento em número de pessoas ocupadas, que foi de 15,028 milhões para 15,798 milhões entre os dois anos. A quantidade de desocupadas caiu de 651 mil para 637 mil. Ainda, o rendimento médio do trabalhador cresceu 8,1% no Sul e fechou o ano passado em R$ 1.872.

No Paraná, o salário chegou a R$ 1.804, alta de 7% ante 2012. A taxa de desocupação caiu de 4,7% para 4,3% entre os dois anos e o número de ocupados teve alta de 5,545 milhões para 5,780 milhões. Entre os motivos apontados por analistas estão o bom momento do agronegócio no ano passado, setor forte nos três estados do Sul e com desdobramentos sobre a receita de setores como comércio e serviços, além do aumento da demanda por pessoas com carteira assinada e na quantidade de servidores públicos.

Economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco Castro afirmou que todos os indicadores econômicos do Estado e do Sul estavam acima da média nacional em 2013. "Havia uma dificuldade grande de se encontrar mão de obra na região, o que fez com que se pressionasse o valor dos salários."

Ele considerou que alguns índices já apontavam para uma desaceleração do setor produtivo no ano passado, mas disse que o mercado de trabalho é sempre o último a sentir qualquer efeito. "A perspectiva para 2014 é que esse índice de desocupação aumente no Paraná e no Brasil, porque a conjuntura aponta para isso", contou Castro.

Conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon) do Paraná, Cid Cordeiro disse que o Paraná teve ainda crescimento de mão de obra com carteira assinada e de servidores públicos, o que puxou o desempenho do emprego. Por isso, o aumento de renda foi maior na faixa de trabalhadores que recebiam de dois a cinco salários mínimos (R$ 1.356 a R$ 3.390).

Cordeiro também previu aumento da taxa de desocupação em 2014. "Mas não é preocupante porque continua baixo. No início dos anos 2000 estava em 12% e hoje é a metade."

No País
Para explicar o desempenho nacional, a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, citou o crescimento expressivo da desocupação na região Norte, onde o percentual subiu 1,0 ponto percentual e ficou em 7,3%. Ela lembrou que os 6,5% da média nacional representaram o segundo indicador mais baixo desde 2001, ainda que também tenha sido a primeira alta desde 2009, quando a economia ainda sofria os piores efeitos da crise mundial de 2008. "É uma taxa de desocupação bastante baixa para o que é o padrão da Pnad. Dizer que houve encolhimento do mercado de trabalho é exagero", disse Wasmália, na apresentação do pesquisa, no Rio de Janeiro.

Mesmo com o aumento do índice de desocupados, a renda teve crescimento real de 5,7%, ao passar de R$ 1.590 em 2012 para R$ 1.681 em 2013. Complementam os dados sobre o País o crescimento de 3,6% no número de trabalhadores com carteira assinada, que era de 35,5 milhões e foi a 36,8 milhões. No setor privado, 76,1% dos empregados são registrados. (Com Agência Estado)


Fábio Galiotto
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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