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Chuvas afetam mais de 14 mil no Paraná

42 municípios sofrem prejuízos e 40 pessoas seguem desabrigadas; duas cidades decretam estado de emergência

Leandro Czerniaski/Prefeitura de Francis
Em Francisco Beltrão, o Rio Marrecas subiu 5,40 metros e obrigou 40 pessoas a deixaram suas casas
Londrina – As chuvas que castigam algumas regiões do Paraná desde o último dia 24 já afetaram 14.281 pessoas, segundo a Defesa Civil. No total, 42 municípios sofreram prejuízos e 40 pessoas seguem desabrigadas. Das 64 desalojadas, 33 permanecem fora de casa. Apenas uma pessoa ficou ferida e não houve mortes. Bom Jesus do Sul (Sudoeste) e Ariranha do Ivaí (Vale do Ivaí) decretaram estado de emergência.

"Como houve chuvas sem interrupção durante alguns dias, inclusive com temporais, muitas cidades sofreram com o aumento do nível dos rios. Registramos também danos provocados por granizos e vendavais", frisou o capitão Eduardo Pinheiro, coordenador estadual da Defesa Civil do Paraná.

Bom Jesus do Sul, de 4 mil habitantes, localizada a 85 quilômetros de Francisco Beltrão, sofreu com o aumento do nível dos rios Capanema e Pinhalito. Pelo menos três casas ficaram alagadas. A chuva danificou ainda pontes, estradas rurais e a produção agrícola causando transtorno para mais de 1,2 mil pessoas.

"Realizamos algumas medidas paliativas para liberarmos o transporte de alunos a partir de amanhã (hoje). Ainda estamos calculando quanto vai custar a recuperação. Como o município não tem condições de bancar sozinho, decretamos estado de emergência", explicou Luiz Dias, coordenador da Defesa Civil do município.

Em Francisco Beltrão (Sudoeste), o Rio Marrecas subiu 5,40 metros e obrigou 40 pessoas a deixaram suas casas. No acumulado do mês de setembro, choveu 490 milímetros na cidade, sendo mais da metade entre sábado e segunda-feira. Esta é a terceira enchente somente este ano em Beltrão. Desta vez, 1.740 pessoas foram afetadas.

"O número de atingidos só não foi maior porque tínhamos um alerta da Defesa Civil sobre a possibilidade de alagamentos e conseguimos retirar muitas pessoas de áreas de risco antes da chuva mais forte", relatou José Carlos Vieira, da Defesa Civil.

Paulo Frontin (Sul), registrou o maior número de atingidos. Dos 7,2 mil moradores, pelo menos 2,8 mil foram afetados pela chuva de terça-feira. De acordo com a administração municipal, a cidade teve 85 locais danificados, entre pontes, estradas, bueiros, além de prejuízos na lavoura. O Rio Santana, que margeia a área urbana, chegou a subir quatro metros. "Hoje (ontem) conseguimos liberar alguns pontos alagados para a circulação de carros e pessoas. Em um levantamento preliminar os prejuízos passam de R$ 340 mil", afirmou Rogério Vial, coordenador da Defesa Civil do município, que fica a 45 quilômetros de União da Vitória.

Centenário do Sul (Região Metropolitana de Londrina), sofreu com uma forte tempestade, durante a noite de segunda-feira, que afetou pelo menos 100 pessoas e danificou 30 casas. Várias árvores foram arrancadas, uma torre de telefonia celular caiu sobre uma casa e barracões de granjas tiveram os telhados arrancados.

"Parecia um tornado. Calculamos que a velocidade do vento chegou a mais de 100 Km/h", ressaltou o coordenador da Defesa Civil, Hwidger Ferreira.

De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, o sol volta a aparecer nesta quinta-feira no Estado e não há previsão de chuva até o fim de semana. "A temperatura diminuiu um pouco e na Região Norte as mínimas ficam em torno de 11ºC a partir de sábado", apontou o meteorologista Tarcísio da Costa.
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local-folha de londrina
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