Cresce número de mães com mais de 30 anos
Emancipação da mulher na sociedade pós-moderna explica opção pela maternidade tardia

"A vontade de cursar o mestrado sempre foi grande, mas a de ser mãe também. Agora acredito que vou conseguir conciliar o final do estudo com os cuidados ao Felipe", planeja Sônia Naufal
Londrina - As mulheres brasileiras estão se tornando mães mais velhas. Segundo estudo divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, num intervalo de 12 anos a proporção de nascidos vivos de mães que já tinham completado 30 anos passou de 22,5% para 30,2%. Desde o ano 2000, o percentual de nascimentos tem aumentado gradativamente nas faixas etárias de 30 a 34 anos, 35 a 39, e 40 anos, e caiu em mulheres com 15 a 19 anos, e 20 a 24, no mesmo intervalo de tempo. A pesquisa também revela que somente no ano de 2012, quase um em cada três nascimentos no País ocorreu em mães "trintonas".
Apesar do perceptível "envelhecimento" das mães brasileiras, o nascimento de bebês em jovens com menos de 15 anos permaneceu no mesmo patamar nos últimos 12 anos, representando 1% dos nascidos em 2013; cerca de 30 mil crianças a cada ano.
Para a psicóloga Maria Clementina Menghini, responsável técnica do Centro de Psicologia Aplicada do curso de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a emancipação da mulher na sociedade pós-moderna é um dos fatores que explicam a decisão delas em ser mães depois dos 30. "Hoje a mulher se preocupa mais em qualificar sua carreira acadêmica com cursos de mestrado ou outra pós-graduação e se colocar no mercado de trabalho para depois pensar em se casar e ter filhos", afirmou a professora, ela própria um exemplo de vanguarda na mudança do comportamento feminino verificada no novo século. Menghini, de 64 anos, deu à luz o segundo filho quando já tinha 41. "Não vejo senões na minha decisão", garantiu. "A maternidade tardia é um recomeço, nos rejuvenesce", destacou.
A diretora do departamento de ações programáticas do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, reitera que a opção pela maternidade mais tardia é um reflexo da abertura do mercado de trabalho às mulheres e segue a tendência de outros países. "Você ainda tem uma faixa importante, que é de 20 a 29 anos, em que você tem o maior número de população que tem filhos. O percentual maior está aí. Mas você nota que começa a ter um percentual que vai migrando para a faixa etária de 30 anos", afirmou.
Em 2012, segundo o estudo, 45,1% das mulheres com 12 anos ou mais de escolaridade (com o ensino médio completo) tiveram o primeiro filho após completarem 30 anos.
RESPONSABILIDADE
A psicóloga Maria Clementina Menghini observa que o aumento da qualidade de vida, refletida também numa maior expectativa de vida população de uma forma geral, faz com que as mulheres cheguem aos 40 anos com a mente e o corpo saudáveis, mais maduras e, portanto, preparadas para encarar a maternidade tardiamente. "A mulher sabe que a maternidade exige responsabilidade, então quanto mais preparada estiver, souber como cuidar dos filhos e onde vai poder deixá-los quando tiver seus afazeres, mais ela vai deixando a se decidir pela gravidez com mais de 30 anos", avaliou.
E o papel do homem nesse contexto? "O que eu observo é que os homens também se preparam para ser pais mais velhos. Devido até a emancipação da mulher, eles são muito mais participativos do que há 20 anos e esperam para ter os filhos mais tarde para proporcionar mais qualidade de vida a eles", respondeu a psicóloga, citando o aumento do custo de vida como outro fator importante que os casais levam muito em conta quando avaliam a possibilidade de aumentar a família.
O obstetra e diretor clínico da Maternidade Municipal, Leandro Feijó Sonnberger, confirma a tendência da gravidez após os 30 entre as mulheres de Londrina. "Atendo esse perfil de pacientes principalmente no consultório. Nesta idade, as mulheres que planejam a gestação têm estabilidade financeira melhor e procuram o atendimento particular", expôs. Na rede pública, a maioria dos partos é de mães entre 15 e 26 anos.
Sonnberger explica que a gravidez após aos 30 anos, além dos fatores econômicos e sociais, é reflexo da maior expectativa de vida, com mulheres vivendo com saúde até os 90 anos. Ainda que a gravidez acima dos 35 anos ainda seja considerada de risco, a paciente saudável, com a saúde em dia, tem menos problemas na gestação. Atualmente, a faixa considerada ideal para a gravidez é entre 20 e 29 anos. (Com Folhapress)
fonte - folha de londrina
Apesar do perceptível "envelhecimento" das mães brasileiras, o nascimento de bebês em jovens com menos de 15 anos permaneceu no mesmo patamar nos últimos 12 anos, representando 1% dos nascidos em 2013; cerca de 30 mil crianças a cada ano.
Para a psicóloga Maria Clementina Menghini, responsável técnica do Centro de Psicologia Aplicada do curso de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a emancipação da mulher na sociedade pós-moderna é um dos fatores que explicam a decisão delas em ser mães depois dos 30. "Hoje a mulher se preocupa mais em qualificar sua carreira acadêmica com cursos de mestrado ou outra pós-graduação e se colocar no mercado de trabalho para depois pensar em se casar e ter filhos", afirmou a professora, ela própria um exemplo de vanguarda na mudança do comportamento feminino verificada no novo século. Menghini, de 64 anos, deu à luz o segundo filho quando já tinha 41. "Não vejo senões na minha decisão", garantiu. "A maternidade tardia é um recomeço, nos rejuvenesce", destacou.
A diretora do departamento de ações programáticas do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, reitera que a opção pela maternidade mais tardia é um reflexo da abertura do mercado de trabalho às mulheres e segue a tendência de outros países. "Você ainda tem uma faixa importante, que é de 20 a 29 anos, em que você tem o maior número de população que tem filhos. O percentual maior está aí. Mas você nota que começa a ter um percentual que vai migrando para a faixa etária de 30 anos", afirmou.
Em 2012, segundo o estudo, 45,1% das mulheres com 12 anos ou mais de escolaridade (com o ensino médio completo) tiveram o primeiro filho após completarem 30 anos.
RESPONSABILIDADE
A psicóloga Maria Clementina Menghini observa que o aumento da qualidade de vida, refletida também numa maior expectativa de vida população de uma forma geral, faz com que as mulheres cheguem aos 40 anos com a mente e o corpo saudáveis, mais maduras e, portanto, preparadas para encarar a maternidade tardiamente. "A mulher sabe que a maternidade exige responsabilidade, então quanto mais preparada estiver, souber como cuidar dos filhos e onde vai poder deixá-los quando tiver seus afazeres, mais ela vai deixando a se decidir pela gravidez com mais de 30 anos", avaliou.
E o papel do homem nesse contexto? "O que eu observo é que os homens também se preparam para ser pais mais velhos. Devido até a emancipação da mulher, eles são muito mais participativos do que há 20 anos e esperam para ter os filhos mais tarde para proporcionar mais qualidade de vida a eles", respondeu a psicóloga, citando o aumento do custo de vida como outro fator importante que os casais levam muito em conta quando avaliam a possibilidade de aumentar a família.
O obstetra e diretor clínico da Maternidade Municipal, Leandro Feijó Sonnberger, confirma a tendência da gravidez após os 30 entre as mulheres de Londrina. "Atendo esse perfil de pacientes principalmente no consultório. Nesta idade, as mulheres que planejam a gestação têm estabilidade financeira melhor e procuram o atendimento particular", expôs. Na rede pública, a maioria dos partos é de mães entre 15 e 26 anos.
Sonnberger explica que a gravidez após aos 30 anos, além dos fatores econômicos e sociais, é reflexo da maior expectativa de vida, com mulheres vivendo com saúde até os 90 anos. Ainda que a gravidez acima dos 35 anos ainda seja considerada de risco, a paciente saudável, com a saúde em dia, tem menos problemas na gestação. Atualmente, a faixa considerada ideal para a gravidez é entre 20 e 29 anos. (Com Folhapress)
fonte - folha de londrina
Diego Prazeres e Celso Felizardo
Reportagem Local
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