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Labogen: MPF pede condenação de Youssef

Procuradores sustentam que doleiro fez importações fictícias via empresas de fachada

Curitiba - Os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) pediram, em suas alegações finais apresentadas à Justiça Federal do Paraná, a condenação de Alberto Youssef pela prática de organização criminosa, operação de instituição financeira sem autorização, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, no processo da operação Lava Jato que trata do envio para o exterior de US$ 444,6 milhões por meio de 3.649 contratos fraudulentos de câmbio entre julho de 2011 e 17 de março deste ano. O MPF, entretanto, não especificou o tamanho da pena.

Como o doleiro londrinense fechou uma delação premiada e ainda está prestando depoimentos na Polícia Federal (PF), assim que tiver o acordo homologado, o juiz do caso, Sérgio Moro, levará em consideração a quantidade de informações e provas apresentadas pelo réu antes de proferir a sentença deste processo.

Segundo o MPF, o doleiro e seus "comparsas" teriam efetuado estes contratos para pagamentos de importações fictícias, utilizando empresas de fachada ou em nome de pessoas interpostas, especificamente a Bosred Serviços de Informática Ltda.ME; HMAR Consultoria em Informática Ltda.ME; Labogen S/A Química Fina e Biotecnologia; Indústria e Comércio de Medicamentos Labogen Ltda.; Piroquímica Comercial Ltda.EPP; RMV e CVV Consultoria em Informática Ltda.ME; assim como as offshores DGX Imp. and Exp. Limited e RFY Imp. Exp. Ltda.

Esta é a segunda ação penal da Lava Jato em que Youssef é réu e que chega à fase das alegações finais. Na outra, em que ele teria sido acusado de lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, o MPF pediu a absolvição do doleiro por falta de provas. Youssef ainda responde a outros três processos decorrentes da Lava Jato: o de maior repercussão, que trata sobre o desvio de recursos da Petrobras em que parte dos valores seriam utilizados para pagamento de propina a partidos políticos; outro sobre a operação irregular de instituição financeira e evasão de divisas no valor de US$ 78,2 milhões mediante 1.114 contratos de câmbio fraudulentos envolvendo duas empresas offshore entre junho de 2011 e março deste ano; e mais um sobre crimes de lavagem de dinheiro contra a administração pública federal, de parte do dinheiro do mensalão (processo em que familiares de José Janene também são citados).

ANDRÉ VARGAS
No âmbito da Lava Jato, o caso Labogen ficou conhecido também porque o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) teria intermediado interesses de Youssef e de seu laboratório em contratos com o governo federal. Em 2 de julho, o proprietário do Labogen, Leonardo Meirelles, disse ao Conselho de Ética da Câmara Federal que Vargas ajudou nos contatos entre a empresa e o Ministério da Saúde. Já o ex-petista alega que apenas "orientou" o doleiro, como faz normalmente com quem o procura apresentando projetos de "interesse público". Como possui foro privilegiado, todas as informações relacionadas ao deputado foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal.

OUTROS RÉUS
Nas alegações finais, o MPF também pediu a condenação de Leonardo Meirelles e Leandro Meirelles por organização criminosa, operação de instituição financeira sem autorização e evasão de divisas. Já em relação a Pedro Argese Junior, Esdra de Arantes Ferreira, Raphael Flores Rodriguez e Carlos Alberto Pereira da Costa, foram pedidas condenações parciais.

Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-folha de londrina
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