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Economia cresce 0,1% e País sai da recessão técnica

Em valores, o PIB do terceiro trimestre somou R$ 1,3 trilhão; ano deve fechar com alta de 0,5%

Ricardo Chicarelli/24-10-2014
A indústria foi o setor que ajudou a segurar o PIB no País com crescimento de 1,7% no terceiro trimestre
Curitiba - Depois de dois trimestres consecutivos de queda, a economia do País cresceu 0,1% do segundo para o terceiro trimestre deste ano e saiu da chamada recessão técnica. Nos primeiros três meses de 2014, a retração foi de 0,2%. Já no período seguinte, a produção de bens e serviços do Brasil declinou 0,6% nessa base de comparação. No Paraná, estimativas preliminares do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apontam que o PIB no Estado recuou -0,6% no terceiro trimestre de 2014 na comparação com o mesmo período do ano passado. No Brasil, em relação ao terceiro trimestre de 2013, houve recuo de 0,2%. Com esse resultado, o a economia do País acumula alta de 0,2% neste ano.

Nos últimos 12 meses terminados em setembro, o índice nacional teve uma variação positiva de 0,7%. Os resultados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O economista do Ipardes, Francisco José Gouveia de Castro, disse que apesar de o País ter saído da recessão técnica, o resultado não é animador porque o crescimento de 0,1% do trimestre foi baixo.

Ele comentou também que o crescimento de 1,3% no trimestre na formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, também não deve se sustentar porque o Brasil importa muitos bens de capital voltados para a produção e o dólar está mais caro para compras externas. Além disso, os investimentos acumulam queda de 7,4% no ano. Ele alertou ainda que as altas taxas de juros são limitantes para financiamento empresarial.

A indústria foi o setor que ajudou a ‘’segurar’’ o PIB no País com crescimento de 1,7% no terceiro trimestre. Castro acredita que esta alta foi sustentada pelos resultados da indústria extrativa com combustíveis e minérios. Já a agropecuária teve queda de -1,9%. O consumo das famílias também apresentou retração de -0,3%. Segundo Castro, isso tem sido provocado pelo aumento dos juros e da inflação. O setor de serviços cresceu 0,5% e o consumo do governo 1,3%. As exportações avançaram 1%, enquanto as importações e bens e serviços subiram 2,4%.

‘’É um dado positivo o País sair da recessão, mas está longe de ter uma recuperação de crescimento’’, disse o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado. Para ele, o resultado da indústria no Brasil tem a ver também com as perspectivas de final de ano. Já a agropecuária sofreu com a queda de preços dos produtos.

Em valores, o PIB do terceiro trimestre somou R$ 1,3 trilhão. Para o fechamento do ano, o mercado espera um crescimento inferior a 0,5% para o PIB no País.

Para 2015, Castro acredita que o desempenho do PIB vai depender da política econômica, fiscal e monetária. ‘’O PIB depende da combinação de juros, inflação, câmbio e política fiscal. E o setor industrial é um dos mais sensíveis à política econômica’’, salientou.

Curado prevê que o resultado fique entre zero e 1% em 2015. ‘’Vai depender da política de ajuste. A nova equipe econômica é bem vista pelo mercado’’, disse. Ele acredita que o País volte mesmo a crescer só a partir do final de 2016. (Com agências)


Andréa Bertoldi
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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