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Primeiras uvas colhidas no Paraná apontam para uma safra de alta qualidade neste verão, especialmente pelo teor de açúcar da fruta


Fotos: Anderson Coelho
Paraná chega a produzir em torno de 60 mil toneladas de uva de mesa
A colheita da safra verão da uva começa no Paraná com frutos mais doces e avermelhados. O motivo dessa alta qualidade se deve, por incrível que pareça, à estiagem que atingiu o Estado nesses últimos meses. O engenheiro agrônomo Paulo Andrade, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), explica que a falta de chuvas contribuiu para que as plantas concentrassem um maior teor de açúcar nos frutos. Ele destaca que mesmo com chuvas esparsas, a concentração de açúcares não é reduzida. Isso só acontece quando há uma precipitação forte e/ou constante.

Vale lembrar que a chuva é de extrema importância no início do ciclo da videira. A notícia das primeiras análises dos frutos colhidos tem sido encarada como um presente de final de ano pelos produtores, que há três safras tiveram seus parreirais comprometidos por efeitos climáticos. Para somar a esse episódio, o valor do fruto pago ao produtor na última safra, por exemplo, estava bem baixo. Hoje, os preços estão melhores na hora da comercialização. Além disso, a procura por parte dos consumidores que buscam uvas bonitas para enfeitar a mesa para as festas de final de ano deve ser maior em 2014.

Em média, contabiliza Andrade, o Paraná chega a produzir em torno de 60 mil toneladas de uva de mesa. O agrônomo destaca que o Estado possui uma área de 5,8 mil hectares de parreirais, somando o cultivo de variedades de uva de mesa e outras cultivares para a produção de néctar e suco. Do ano passado para cá, houve uma redução de 200 hectares na área plantada devido à geada que atingiu a safra de inverno em 2013.

Porém, Andrade afirma que essa redução nos parreirais paranaenses não deve comprometer a produção, já que depois da poda que os agricultores realizaram no final do último inverno, os índices de produtividade das videiras devem aumentar. "O produtor faz a poda no final do inverno pensando em colher o mais próximo possível do final de ano", explica o agrônomo.

Com um produto de maior qualidade, as perspectivas de vendas são boas neste ano, com a liberação do 13° salário e o aumento no consumo de produtos incluídos na ceia de Natal. O preço médio recebido pelo viticultor tem girado em torno de R$ 3,50 o quilo, a um custo de produção de R$ 1,80/kg, o que tem tornado o fruto remunerador. Andrade destaca que, mesmo com o crescimento das uvas do Nordeste no mercado interno, as frutas do Paraná têm mercado garantido graças à sua boa qualidade.

Hoje o Paraná é o quarto maior produtor nacional de uva com 5% de participação na produção nacional. O Estado fica atrás somente do Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco. O Brasil possui em torno de 84 mil hectares de parreirais.

MARIALVA
No maior polo de produção de uva do Paraná, a colheita vai ser animada neste ano por causa da boa qualidade dos frutos da região. O produtor Jair Gonçalves Pacheco já começou a colheita e tem observado nos parreirais produtos de alta qualidade, principalmente em relação à concentração de açúcar na uva. Nesta safra ele estima colher em torno de 40 toneladas da fruta.

Pacheco explica que a produção poderia ter sido maior se não fosse a geada que afetou os seus parreirais no inverno de 2013. Depois das perdas, ele foi obrigado a fazer uma grande poda, sobrecarregando a primeira safra deste ano. Em média, ele chega a produzir na safra de verão de 80 a 100 toneladas de uva. Mesmo com uma redução na perspectiva de produção, ele está otimista com a safra que, além da qualidade, possui preços mais remuneradores se comparados à safra anterior. Pacheco reclama que o único problema será arrumar mão de obra para terminar a colheita, obstáculo este enfrentado por todos os produtores de uva do Estado.
Ricardo Maia
Reportagem Local-folha de londrina
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