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Escolas rurais têm piores notas do Enem

Dos colégios com menores médias no Paraná nas cinco provas de 2013, quatro estão localizados em áreas agrícolas

Gustavo Carneiro
O Colégio Estadual Wistremundo Garcia, no Parque Ouro Verde, teve as piores notas em linguagens e códigos e ciências humanas de Londrina
Londrina – O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013, divulgado na segunda-feira, mostra que das escolas do Paraná com as piores notas nas cinco provas, aplicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), quatro são rurais.

A FOLHA apurou as notas dos colégios nas cinco disciplinas que foram analisadas durante o teste: linguagens e códigos, matemática, ciências humanas e da natureza e redação. Todos os piores em cada prova são estaduais e apresentaram média abaixo de 500. A nota máxima é 1 mil. Pelo segundo ano consecutivo, o Governo Federal preferiu não divulgar a média geral das escolas, apenas por provas, individualmente.

A pior nota foi alcançada pela Escola Salto Grande do Turvo, de Doutor Ulysses (Região Metropolitana de Curitiba), na prova de redação, com média de 343,53. Em nível nacional, o colégio rural ocupa a posição de número 14.662, entre as 14.715 instituições de educação que tiveram suas notas incluídas no sistema. Dos 31 alunos do terceiro ano, 17 fizeram o Enem.

Em ciências da natureza, os seis estudantes, de um total de 11, da Escola Santa Izabel, de Bituruna (Sudeste), alcançaram a nota média de 409,13, deixando a instituição em 14.653º lugar.

Em matemática, a Escola Efigênia de Paula Luz, de Sapopema (Norte Pioneiro), alcançou a média de 419,08, ficando na posição 14.642. Dos 20 alunos do terceiro ano da instituição, localizada no Assentamento São Luiz II, 12 fizeram a prova.

Outra escola rural que teve a pior nota entre os 924 colégios paranaenses analisados foi a Orestes Tonet, de Clevelândia (Centro-Sul). Na disciplina de ciências humanas, a média foi de 434,89, deixando a instituição em 14.665º lugar.

A exceção entre as piores notas das escolas do Estado foi o Colégio Alvorada da Infância, localizado na área urbana de Kaloré (Norte-Centro). Em linguagens e códigos, a média final foi de 374,36 e deixou a instituição com a quarta pior nota do Brasil, na posição de número 14.712. Dos 11 alunos do ano final da escola, nove participaram do Enem.

Outro ponto em comum entre os cinco colégios é que três deles – Salto Grande, Efigênia de Paula e Alvorada da Infância – apresentaram índice médio baixo no Indicador do Nível Socioeconômico (Inse). A Santa Izabel foi enquadrada no nível baixo e a Orestes Tonet, no médio.

O Inse foi acrescentado como indicador na análise do último Enem e vai do índice baixo até o muito alto. Esse indicador é calculado a partir do nível de escolaridade dos pais e da posse de bens e contratação de serviços pela família dos alunos.

A Secretaria da Educação do Paraná (Seed) informou que não iria se pronunciar sobre os resultados do Enem enquanto os dados estão sendo analisados pelas equipes de planejamento e ensino.

A secretaria ressaltou, porém, que nos últimos quatro anos triplicou os recursos para os municípios fazerem o transporte escolar dos alunos que estudam em escolas e colégios rurais.

"O Estado aplica as provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep), que avalia o conhecimento dos estudantes. Esses resultados são utilizados pelos gestores e professores das escolas e pais de alunos para planejar melhorias no ensino", relatou em nota a Seed. A reportagem não conseguiu contato com as direções dos colégios, em virtude das férias escolares.

FOLHA DE LONDRINA
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local
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