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Cerca de 1,5 mil frangos morrem por falta de ração em granja de Jataízinho

Granja de Jataizinho ficou cinco dias sem receber o alimento para as aves.
Problema ocorreu por causa dos protestos dos caminhoneiros nas rodovias.

Do G1 PR
Cerca de 1,5 mil frangos morreram por causa da falta de ração em granja de Jataizinho (Foto: Alberto D'Angele/RPC)Cerca de 1,5 mil frangos morreram por causa da falta de ração em granja de Jataizinho (Foto: Alberto D'Angele/RPC)
Cerca de 1,5 mil frangos morreram de fome em uma granja de Jataizinho, no norte do Paraná, devido aos protestos dos caminhoneiros. Segundo o proprietário Carlos Valini, a ração acabou na segunda-feira (23), e por conta dos bloqueios nas estradas da região, o caminhão carregado com ração não conseguiu chegar a propriedade. Os frangos morreram pois não havia alimento.
A granja tinha 64 mil frangos já prontos para o abate. Destes, 39 mil conseguiram ser retirados e encaminhados para frigoríficos na noite de quinta-feira (26).  O restante deve ser levado para o abate até domingo (1º).
O problema só foi resolvido no final da manhã desta sexta-feira (27), quando o proprietário recebeu uma carga com 15 toneladas de ração. Como algumas rodovias da região foram liberadas entre quinta e sexta-feira, o veículo conseguiu chegar.
“Na segunda-feira, meus frangos estavam no ponto de abate, mas [os caminhoneiros] fecharam as rodovias e não deixaram os caminhões buscarem nossas aves. Os manifestantes alegam que deixam passar aves vivas, porém não liberam caminhões vazios para buscar os animais. Com isso, as aves não se alimentam direito, não têm forças nem para beber água, e acabam morrendo”, conta Valini.
Valini diz que ainda não foi possível calcular o prejuízo com as perdas. “É horrível. A gente trabalha 45 dias, em dois turnos, e você vê os frangos sofrendo sem poder fazer nada. O prejuízo é sem tamanho”, lamenta o proprietário.
Para evitar a contaminação do solo, as aves mortas são colocadas em uma composteira. “É para seguir as leis ambientais. A gente não coloca diretamente no solo. É feita uma cama aviária. Após uns 20 dias elas decompõem e é possível levar para adubo orgânico", explica o dono da granja.
Frangos mortos são retirados de dentro da granja (Foto: Alberto D'Angele/RPC)Frangos mortos são retirados de dentro da granja (Foto: Alberto D'Angele/RPC)
Perda de leite
Na cooperativa Confepar Agro-Industrial, em Londrina, no norte do estado, cerca de 140 mil litros de leite que chegaram ao local na quinta-feira serão descartados. Isso ocorreu porque o produto chegou estragado à cooperativa.  "Tem leite que chegou com 75% de acidez. O máximo para receber é com 17%", explica o gerente industrial da Confepar, Algacir Bertoli.
A empresa vai buscar uma solução com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para realizar o descarte do leite estragado. Como existem vários bloqueios nas estradas, a produção na cooperativa ainda não foi normalizada. Por dia, 1 milhão de litros de leite chegavam a indústria.
"A gente tomou algumas decisões de captar em outras regiões, mas no sudoeste esses caminhões seguem parados. Eu ainda tenho um pouco de estoque de produto acabado, mas não tem matéria-prima no mercado", lamenta.

Nas rodovias federais, os caminhoneiros descumprirem uma determinação da Justiça que impõe multa entre R$ 1 mil a R$ 50 mil por hora de bloqueio em rodovias de Curitiba, de Foz do Iguaçu, Toledo, Guarapuava e Londrina. Na quinta-feira (26), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou às superintendências da Polícia Federal (PF) a abertura de inquéritos para apurar se ocorreram abusos nos protestos de caminhoneiros, que também são realizados em outros estados brasileiros.
Protestos chegam ao 15º dia no estado

Os protestos de caminhoneiros nas rodovias do Paraná completam 15 dias nesta sexta-feira. Desde o dia 13, foram vários pontos de bloqueio em rodovias estaduais e federais do estado. Na maioria dos trechos fechados, apenas os veículos de carga, com exceção dos com cargas vivas, são impedidos de seguir viagem. A categoria é contra os aumentos constantes do preço do litro do óleo diesel e o valor pago pelos fretes, que são considerados baixos.
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