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Crescimento do PIB fica próximo de zero em 2014

Riquezas do País cresceram apenas 0,1% no ano passado; no Paraná, estimativa é de expansão de 0,8%

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Setor industrial do País registrou queda de 1,2% no PIB em 2014
 
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro se manteve praticamente estável em 2014, com leve alta de 0,1% sobre o ano anterior. Todos os setores econômicos apresentaram crescimento menor que o registrado em 2013, com destaque para a queda de 1,2% da indústria. Os serviços, apesar de terem ajudado a evitar uma taxa negativa, cresceram somente 0,7% e a agropecuária, 0,4%. O resultado do ano passado é inferior ao de 2013, revisado para cima em 2,7%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Diante dos dados nacionais, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) estima que o Paraná alcance um PIB de 0,8% em 2014, muito inferior aos 5% de 2013. Dados consolidados por estado devem sair só daqui a uns dois anos.

Sobre o resultado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, declarou que a redução das incertezas e a formulação da estratégia para a retomada do crescimento farão com que a economia reaja ainda em 2015. Segundo ele, questões em aberto sobre a condução da política econômica estão sendo equacionadas.

"As questões estão sendo respondidas e, nesse sentido, na medida em que a gente também vai construindo essa estratégia da retomada do crescimento, certamente a economia vai responder", declarou. Um dos vetores de reação da economia, aposta o ministro, serão as exportações. Após recuarem 1,1% no ano passado, Levy espera que o câmbio mais favorável crie condições para a expansão dos embarques para o exterior.

Entre os economistas e entidades de classe ouvidos pela FOLHA, no entanto, a expectativa para 2015 é de queda no PIB ou, no máximo, manutenção da taxa de 2014. Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), estima uma queda entre 1% e 3% neste ano. Ele encara os dados divulgados ontem como resultado das "políticas erradas" do governo federal nos últimos anos. Apesar de a agricultura ter alcançado resultado positivo, houve uma queda brusca de crescimento frente aos 7,9% de expansão em 2013.

"Não foi uma questão da crise internacional, o argumento não explica porque o mundo cresceu em torno de 3,5%", contesta Loyola. Com o aperto da renda diante da inflação, o aumento dos impostos e a sinalização de crescimento das taxas de juros para o crédito rural, o economista prevê que a agricultura será mais penalizada em 2015.

Ele reconhece os avanços na concessão e na abertura de novas linhas de crédito nos últimos anos, no entanto, diante da recessão, acredita que o governo terá que reajustar os benefícios.

Paraná

Loyola acredita que uma maior organização da cadeia produtiva agrícola no Paraná colabore para amenizar as perdas do setor. "O Paraná tem alguns diferenciais, como sistemas de produção em cooperativas, associações, agroindústrias integradoras, e estamos mais perto do Porto", destaca.

O economista do Ipardes, Francisco de Castro, diz que o desempenho do setor agrícola foi o principal responsável pela expansão do PIB estadual em 2013 - crescimento que não se repetiu na mesma escala no ano passado.

"Na virada do ano, exercício da safra de verão, houve quebra da safra da soja por conta da seca, o que interferiu na produção de grãos", explica. Diante do ambiente macroeconômico desfavorável, a recuperação da última safra de trigo e o desempenho do setor de comércio e serviços - que responde por 64% da economia estadual - são apontados por Castro como principais responsáveis pelo crescimento estimado de 0,8% no PIB.

Por outro lado, o mau desempenho da indústria de transformação (que caiu 3,8% nacionalmente) é apontado como principal responsável pelo fraco desempenho, já que o Estado deve cerca de 27% de seu PIB ao setor. (Com agências)

FOLHA DE LONDRINA
Cecília França
Reportagem Local
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