[Fechar]

Últimas notícias

Visitas em presídios são suspensas após nova morte de agente


Theo Marques – 17/09/2014
Penitenciária Central do Estado, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba: mobilização dos agentes vai até quinta-feira, em protesto pela segunda morte de um servidor em 15 dias
Curitiba – Agentes penitenciários de todas as unidades prisionais do Estado estão mobilizados desde ontem em protesto contra a execução de mais um colega de trabalho. Na tarde do último sábado, Cleverson Curupana, de 38 anos, foi executado com tiros na cabeça no bairro Rio Verde, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Este foi o segundo caso de assassinato de agentes em quinze dias. No último dia 16, dois homens haviam invadido o Centro de Regime Semiaberto de Guarapuava, na região Centro-Sul, e mataram Marcelo Pinheiro, de 31 anos, com três tiros, durante o horário de serviço.

Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen), durante a mobilização que se estende até amanhã as visitas aos presos estão interrompidas, assim como banhos de sol, cursos educacionais, oficinas de trabalho e visitas de advogados. Apenas os serviços essenciais estão mantidos, como a alimentação dos detentos, emergências médicas e escoltas judiciais.

O sistema prisional paranaense abrange cerca de 30 mil detentos, que são acompanhados por 4.200 agentes penitenciários, número insuficiente de acordo com a entidade de classe. O ato cobra medidas efetivas de segurança por parte do governo. As atividades só serão normalizadas na quinta-feira. Ontem pela manhã a categoria se reuniu em frente ao Complexo Penitenciário de Piraquara, com faixas e cartazes.

"Não é de agora que estamos denunciando este problema. A insegurança no sistema é geral e agentes estão pagando com suas vidas devido à inércia do governo, e isto é inaceitável. Não estamos falando de fatalidades, existem indícios de que ordens de execução estão partindo de dentro dos presídios.É um risco constante para os profissionais que lidam com criminosos", afirmou Petruska Sviercoski, vice-presidente do Sindarspen.

"Ainda aguardamos que medidas sejam aplicadas. Fizeram o anúncio de unidades diferenciadas para presos de alta periculosidade, mas até agora isto não avançou. Queremos chamar a atenção para evitar que novos casos de execução venham a ocorrer", completou Petruska.

Sesp

A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp) informou em nota que "não está medindo esforços para reforçar a segurança nos presídios". O órgão ainda ressaltou que a Polícia Civil do Paraná está trabalhando diuturnamente para prender os responsáveis pela morte do agente de cadeia. "Há um delegado destacado exclusivamente para elucidar este caso e a investigação está bem próxima de identificar os autores dos disparos. Por enquanto, a polícia não pode dar detalhes sobre o caso para não colocar em risco a investigação", completa a nota.
Rubens Chueire Jr.
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2