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Gaeco conclui hoje mais três inquéritos sobre exploração sexual

Desdobramento de investigação iniciada em janeiro envolve auditor fiscal, imobiliarista e empresário

Arquivo Folha
O delegado do Gaeco, Alan Flore: "As investigações continuam e devem ensejar novos inquéritos para outros fatos"
Londrina – O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deve concluir hoje mais três inquéritos policiais que apuram o esquema de exploração sexual em Londrina. Nesta semana, o delegado à frente do caso, Alan Flore, indiciou mais dois suspeitos de participar da rede – o advogado e imobiliarista Walid Kauss e o empresário Antônio Crippa Neto. Eles foram presos na semana passada e seguem detidos em caráter preventivo.

Um dos inquéritos a ser finalizado envolve ainda o auditor fiscal da Receita Estadual Luiz Antônio de Souza. Segundo Flore, a medida é necessária para apurar novos fatos relacionados a ele. Uma nova prisão também chegou a ser decretada para o auditor. Souza segue detido na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) desde janeiro, quando foi flagrado em um motel da cidade com uma adolescente de 15 anos. Ele, Kauss e Crippa Neto são acusados de favorecimento à exploração sexual.

"Temos esta sexta-feira para concluir os inquéritos e remetê-los à Justiça. Mas as investigações continuam e devem ensejar novos inquéritos para outros fatos", comentou ontem o delegado, ao pontuar que mais prisões também devem ocorrer. Desde janeiro, 12 pessoas foram presas por envolvimento com a prostituição de adolescentes. Pelo menos três foram liberadas após colaborarem com as investigações. Entre os demais detidos estão um ex-vereador, um policial civil, um ex-assessor do governo do Estado, empresários e auditores fiscais da Receita Estadual.

Mais de 20 jovens teriam sido aliciadas. Os programas variavam de R$ 200 a R$ 2,5 mil e teriam ocorrido entre 2009 e 2015. A maioria das vítimas estudava no mesmo período na escola, sendo que algumas eram colegas de sala. O Gaeco também investiga se há algum tipo de vínculo entre os presos envolvidos no esquema. O nome da maioria dos suspeitos passou a ser investigado após citações em depoimentos ao Gaeco.

Os defensores de Crippa Neto e Kauss já pediram o relaxamento da prisão de seus clientes. Segundo o advogado Miguel El Kadri, que defende Crippa Neto, um pedido de habeas corpus para o cliente foi impetrado na Justiça assim que ele foi detido. "Ele nega todas as acusações que lhe fizeram. Não posso entrar em detalhes porque o caso corre sobre segredo de Justiça, mas ele nega", assinalou El Kadri. A reportagem tentou contato com o advogado Ronaldo Neves, que defende Walid Kauss, mas ele não foi encontrado até o fechamento desta edição.
Antoniele Luciano
Reportagem Local-folha de londrina
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