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Posto de combustíveis soterra vegetação para construir estacionamento

Cerca de 1,5 hectare de mata nativa foi coberta por milhares de metros cúbicos de terra também extraída de forma irregular

Antônio de Picolli/Divulgação
Para a retirada do volume de terra com característica de subsolo, os donos do posto de combustível deveriam apresentar autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)
Joaquim Távora – Os proprietários de um posto de gasolina localizado na PR-092, em Joaquim Távora têm 30 dias para apresentar ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a autorização para a obra de aterramento de uma área e o plano de recuperação ambiental do aterro e do terreno onde estava sendo extraída a argila usada no local. O prazo foi definido no início desta semana, durante reunião entre os representantes da empresa, da Polícia Ambiental e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). No dia 9 de abril a obra foi notificada pela Polícia Ambiental e embargada pelo IAP.

O espaço, uma área de mata nativa de aproximadamente 1,5 hectare, localizado atrás do estabelecimento, estava sendo preparado para a construção de um estacionamento. Pela extensão da área, estima-se que seriam necessários milhares de metros cúbicos de terra. O local onde era retirada fica próximo ao aterro e pertence à mesma empresa e, pela extensão e volume do material já com característica de subsolo, a escavação só poderia ser feita com autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Outro agravante é que na área onde a argila estava sendo depositada existe uma nascente, que também não estava sendo preservada. Segundo informações da Polícia Ambiental, em média, 80 caminhões eram descarregados todos os dias. No local, os policiais constataram outros crimes ambientais.

A chefe do escritório regional do IAP em Jacarezinho, Rosa Maria Gonzaga Baccon, foi assinado um termo de compromisso em que a empresa se comprometeu a apresentar as documentações exigidas, assim como atender outras recomendações feitas pelo órgão ambiental. "Após os 30 dias, iremos analisar todos os quesitos, conforme determina a legislação, e só então poderemos dizer se as obras poderão ter continuidade ou se serão definitivamente interrompidas com a lavratura das devidas autuações", informou. Ela destacou que o intuito do IAP não é multar, mas sim recuperar a área devastada com ganho do dano ambiental. "A empresa apresentou um espaço ao lado do aterrado e o IAP irá analisar a viabilidade."

A direção do posto de combustíveis foi procurada para comentar o embargo da obra, mas o gerente da empresa preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
Luiz Guilherme Bannwart
Especial para a FOLHA

Caminhão da prefeitura transportava argila

Joaquim Távora - Durante a fiscalização na área onde estava sendo retirada a argila para o aterramento do posto de combustíveis, os policiais ambientais flagraram um caminhão da prefeitura de Joaquim Távora entre os veículos que trabalhavam na área particular. O veículo, um Mercedes-Benz, placas AYE-3738, estava sendo usado no transporte da argila para o aterro.

Procurado pela reportagem, o prefeito Gelson Mansur Nassar (PSDB) justificou que o veículo estava trabalhando para uma empresa terceirizada, que teria locado o caminhão do município para assentar pedras em um bairro da cidade. Segundo Nassar, o valor seria de R$ 23 por hora locada, ou R$ 200 a diária. No entanto, o prefeito não apresentou nenhum documento para comprovar a locação do veículo à construtora LC Cavalari. O prefeito afirmou ainda que qualquer pessoa pode requerer a locação do veículo municipal mediante pagamento, mesmo que seja para trabalhar em obras particulares.

O proprietário da construtora LC Cavalari, Luiz Carlos Cavalari, confirmou que estava trabalhando para o posto de combustíveis com o caminhão da frota municipal. Segundo o empresário, o serviço prestado seria para pagar a terra utilizada para pavimentar um bairro da cidade, conforme contratado pela prefeitura. "Preciso pagar a terra para fazer o serviço, por isso eu levava um caminhão ao bairro e outro ao Mazoti. Pago a hora do caminhão à prefeitura, e utilizo o veículo da forma que eu considerar necessária", explicou. (L.G.B.)
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