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EDUCAÇÃO - Incentivo a quem faz por merecer

Projeto Bom Aluno auxilia jovens de baixa renda nos estudos; iniciativa já atendeu 100 estudantes em Londrina

Gustavo Carneiro
"Entrei no colégio como estagiário, para ajudar a corrigir provas. Quem fez a mediação foi o Bom Aluno. Depois, me tornei professor substituto", pontua Nilson Castilho
Londrina - Notas acima de 7, frequência mínima de 90%, disciplina e interesse pelos estudos são algumas das exigências básicas para ter os estudos patrocinados pelo Instituto Bom Aluno (Ibal), de Londrina. Franquia social presente nas maiores cidades do País, o projeto está completando 15 anos de atendimento a estudantes de baixa renda no município. Desde que foi implantado, cerca de 100 estudantes já tiveram bolsas ou outro tipo de incentivo educacional fornecido por meio de parcerias do Bom Aluno. O apoio é concedido a partir de doações de mantenedores - pessoas físicas e empresas.

A coordenadora das atividades do Bom Aluno em Londrina, Lilian Gava Ferreira, explica que o instituto busca preparar os estudantes de escolas públicas para ingresso na rede particular conveniada, em especial no ensino médio, e sua ascensão no vestibular. Neste período, os alunos selecionados fazem cursos complementares, como aulas de inglês, português e matemática. Estas aulas acontecem sempre no contraturno escolar. "Nós procuramos alunos com perfil de bom aluno para investir em seu potencial. Não queremos que o Brasil perca estes talentos. A iniciativa privada pode contribuir neste sentido", afirma Lilian.

Ela relata que antes de ingressar no Bom Aluno os estudantes que se candidatam às vagas oferecidas pelo projeto passam por uma seleção rigorosa. Em geral, os candidatos chegam ao Ibal ainda no 6º ou 7º ano do ensino fundamental, após a divulgação do processo pelo Núcleo Regional de Ensino (NRE). É feita uma análise da inscrição e aplicada uma prova de conhecimentos. Os inscritos também passam por entrevista junto com os pais e visita domiciliar.

Mesmo após ser aceito no projeto, o aluno continua prestando contas à organização não governamental. Notas, faltas e participação nas aulas – tudo é acompanhado pelo Bom Aluno. "Nossos alunos, naturalmente, acabam se destacando nas turmas. Trabalhamos com eles o ato de estudar, o desenvolvimento pessoal e a conquista da disciplina, o que facilita muito isso", comenta a coordenadora. Quem descumprir os requisitos pode ser desligado do projeto.

Quando o estudante conclui o ensino médio, o Bom Aluno passa a atender as necessidades do jovem para que ele prossiga com os estudos. Nesta etapa, são feitos investimentos em cursos pré-vestibulares e transporte, além de materiais escolares e alimentação. O apoio continua no ensino superior. "Alguns entram nas universidades públicas pelo ProUni (Programa Universidade para Todos) ou em universidades privadas por meio de algum programa específico que dê bolsa a eles. Também temos casos de pessoas que passam na UEL (Universidade Estadual de Londrina) fora das cotas", salienta.

Quem ajuda a patrocinar a iniciativa avalia que o programa é capaz de mudar a vida dos atendidos. É o caso do diretor da Plaenge Empreendimentos, Alexandre Fabian, que acompanha o Bom Aluno desde a fundação em Londrina, pelo empresário Ary Sudan. "Decidimos participar pela credibilidade e transparência que o projeto tem. É um processo bem eficiente, que faz a diferença na história destes alunos", define. Outro ponto positivo do Bom Aluno, na opinião de Fabian, é a liberdade de escolha que os atendidos têm na hora de definir o rumo que querem para suas carreiras. "O projeto respeita muito a vontade deles, não os pressiona para escolherem um vestibular mais concorrido. A organização os apoia em sua vocação", pontua. Hoje, o Bom Aluno tem em torno de 15 mantenedores.
Antoniele Luciano
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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