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Com ouro no Pan, Zanetti obtém única medalha que faltava na coleção

Campeão olímpico e mundial confirmou favoritismo ao conquistar a primeira colocação na final das argolas

Ezra Shaw/AFP
Arthur Zanetti subiu ao lugar mais alto do pódio após obter a nota 15.725 na decisão das argolas
Toronto - A coleção de medalhas do ginasta Arthur Zanetti agora está completa. Ontem, ele conquistou o ouro nas argolas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, e recebeu a medalha que faltava em sua vitoriosa carreira. Com a nota 15.725, o campeão olímpico em 2012 e mundial em 2013 fez ecoar o hino brasileiro pela primeira vez no Toronto Coliseum.

"Estou muito feliz. Era um resultado que eu queria ter. Não consegui em 2011 e agora veio", disse, relembrando a prata no Pan de Guadalajara, no México. "É um resultado que, quando você quer, você se cobra um pouco mais. Eu estava me cobrando mais e deu tudo certo".

O técnico Marcos Goto tira um pouco do peso do favoritismo dos ombros do ginasta. "A gente não tem pressão, a gente não tem obrigação de vencer. Quando você treina muito, chega na competição com confiança. E ele treina muito".

Para o treinador, a humildade está entre os segredos dos bons resultados do brasileiro. "Quando subir para a cabeça, começa a achar que é o dono do mundo, que não precisa treinar mais. No dia que acontecer isso, tem de parar de treinar e se aposentar. Ele é bem ciente disso".

Zanetti mostrou controle total sobre os movimentos de sua série, a mesma usada na etapa de São Paulo da Copa do Mundo, quando tirou a melhor nota da carreira (16,050). De acordo com ele, a disputa na capital paulista foi "a melhor preparação" para o Pan

Em Toronto, o brasileiro teve de superar adversários qualificados, mas o nível da disputa no Pan foi um pouco mais baixo do que no Mundial de Nanning, na China, no ano passado. Na ocasião, a nota 15.733 deu a medalha de prata a Zanetti, superado pelo chinês Liu Yang (15,933).

Ontem, todos os ginastas tiveram nota acima de 15,000. Assim como na classificação, o norte-americano Donnel Whittenburg fez uma boa prova e subiu sua nota para 15,525, o que exigiu empenho do brasileiro. O cubano Manrique Larduet não deixou por menos e obteve 15,450. Mas Zanetti fez o que era esperado e deixou os Estados Unidos com a prata e Cuba com o bronze. "Fiquei muito surpreso. Achei que o americano poderia ficar um pouquinho mais atrás, mas ele fez uma boa prova e acabou me surpreendendo bastante", contou.

No último sábado, Zanetti havia tirado 15.800 e se garantido nas finais com uma vantagem confortável sobre os rivais. Na prova final teve alguns descontos, mas nada que tirasse o brilho de sua atuação. "Não foi a melhor série, principalmente o último giro, acabei empurrando um braço mais que o outro e a argola acabou entortando, mas consegui consertar, fiz a saída e fiquei em pé. Estou com o ouro e isso é o que importa".
Nathalia Garcia
Agência Estado-FOLHA DE LONDRINA
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