[Fechar]

Últimas notícias

O ACIDENTE DE FLORESTÓPOLIS - Polícia apura se ônibus tinha cinto

Estudantes denunciaram que veículo que se acidentou em Florestópolis, matando três pessoas, não possuía cinto de segurança

Lis Sayuri
Cemitério de Florestópolis lotou para sepultamento de duas da vítimas do acidente entre ônibus circular e um Gol
Florestópolis – A Polícia Civil instaurou inquérito ontem na Delegacia de Porecatu para apurar as causas do acidente entre um ônibus da Secretaria de Saúde de Florestópolis que transportava estudantes e um carro que terminou com a morte de três pessoas no final da tarde de terça-feira na PR-537, entre Florestópolis e Bela Vista do Paraíso. Nos próximos dias, os veículos devem passar por perícias da Polícia Científica.

A Polícia deve investigar denúncias de alguns estudantes de que o ônibus não tinha cintos de segurança. O veículo, que além de transportar estudantes para universidades em Londrina também levava pacientes para consultas em cidades vizinhas, era um coletivo urbano adaptado, com poltronas de plástico. A porta-voz da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), soldado Jaqueline Soares, informou que o uso de cinto de segurança é obrigatório em todo veículo. O delegado Elisandro Corrêa aguarda o resultado das perícias. Ele tem 30 dias para concluir o inquérito.

Alguns destroços dos veículos e os galhos que supostamente levaram o motorista do ônibus a perder o controle da direção ainda estavam no acostamento da pista ontem, em um trecho longo de declive a cerca de três quilômetros da cidade. A reportagem tentou ouvir o prefeito Onício de Souza, o Nicinho (DEM), e o motorista da prefeitura que conduzia o ônibus, mas a assessoria do Município informou que os dois estavam muito abalados com a tragédia e que não iriam comentar o caso ontem.

Com a força da batida, o ônibus tombou em cima do Gol em que estavam o vendedor Dirceu Gomes dos Santos e o caminhoneiro Cláudio Sena, de 47 anos. Os dois morreram na hora. Já o estudante de Engenharia Mecânica Rafael Furini, de 24 anos, que estava na parte traseira do ônibus, sofreu um grande corte na perna e morreu vítima de hemorragia. As três vítimas eram de Florestópolis.

A estudante Camila Gomes Furini, de 17 anos, estava sentada na primeira poltrona do ônibus. Ela sofreu contusões no ombro e no braço e acompanhou o velório do primo Rafael com uma tipoia no braço. "Só vi que o ônibus deslizou na pista por causa da chuva e ficou atravessado. Em seguida, já teve a batida e tombamos. Parece que o motorista se assustou com alguma coisa, mas não posso afirmar nada, foi tudo muito rápido", contou.

Segundo ela, o motorista era experiente e já teria evitado pelo menos dois acidentes. "É uma hora de dor em que alguns estão revoltados, mas não acredito que a culpa seja do motorista do ônibus. Ninguém sai de casa querendo matar alguém na estrada", defendeu. No velório de Furini, vários estudantes compareceram com faixas e curativos. Uma equipe de enfermeiros da Secretaria de Saúde foi disponibilizada para amigos e parentes dos mortos que passaram mal.

LUTO OFICIAL

O prefeito Nicinho decretou luto oficial de três dias na cidade de 11 mil habitantes. Às 15 horas, os familiares e amigos enterraram o corpo de Santos sob forte comoção no Cemitério Municipal de Florestópolis. No mesmo horário, o corpo de Sena seguiu para ser enterrado em no Cemitério de Miraselva. O carro da funerária foi escoltado por uma viatura da PRE. Já às 17 horas, uma multidão acompanhou o cortejo do corpo de Furini da Capela Mortuária até o cemitério de Florestópolis.

A professora Jaci Ferreira de Oliveira Vaz, que deu aula para Rafeal Furini no primário, tem uma neta universitária que faz a viagem todos os dias para Londrina. Ela lamentou a morte do rapaz e disse que a preocupação é constante. "Essas estradas são muito perigosas, não vejo a hora de ver esses meninos formados", disse.
Celso Felizardo
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
UA-102978914-2