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Copel investirá R$ 500 milhões na transmissão à zona rural

Programa Mais Clic Rural é lançado para levar sistema inteligente às redes de eletricidade do campo e recompor abastecimento rapidamente

Arquivo FOLHA
Investimentos em energia na área rural era uma demanda de vários setores, entre eles o de avicultura
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) lançou ontem, em Salto do Lontra (Sudoeste), o programa Mais Clic Rural, que investirá R$ 500 milhões entre 2016 e 2018 na melhoria na rede de energia elétrica para consumidores do campo. O objetivo é usar novas tecnologias para evitar quedas que prejudiquem atividades intensivas em eletricidade, como produção aviária, de laticínio, de fumo e de suínos.

A solenidade de ontem contou com a participação do governador Beto Richa e do presidente da Copel, Luiz Fernando Leone Vianna. O superintendente de Melhoria de Qualidade de Fornecimento à Área Rural da Copel, Julio Omori, afirma que o Mais Clic Rural complementa o programa iniciado nos anos 1980, que buscava levar eletricidade a todo o campo paranaense. "Vencemos essa etapa quantitativa há pouco tempo, porque levamos energia até a quilombolas e a comunidades indígenas, e começamos a segunda etapa, qualitativa, para o usuário mais eletrointensivo."

Serão construídos 3 mil quilômetros de novas redes, 30 subestações, e instalados 1,5 mil religadores automatizados, que beneficiarão 70 mil produtores das regiões Centro-Sul, Sudoeste e Oeste. O sistema buscará resolver problemas comuns à zona rural, cuja extensão da transmissão é maior do que na urbana e mais sujeita à queda de galhos em fios, por exemplo.

A implantação de inovações levará a melhores supervisão e controle do sistema, com sistemas de comunicação. "Rapidamente, poderemos identificar, isolar a área prejudicada e recompor o abastecimento pelo conceito de redes inteligentes, como ocorre nos centros urbanos", explica Omori. Em caso de desligamento, o próprio sistema pode restabelecer a energia mesmo que sem a intervenção humana. Ainda, Omori afirma que o governo do Estado prepara um programa de financiamento de geradores de energia para produtores rurais.

Demanda antiga

O diretor-secretário da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Wanderley Batista da Silva, que representa a entidade no Conselho de Consumidores da Copel, afirma que levou ao grupo a demanda antiga do setor, reforçada pela Associação dos Avicultores do Norte do Paraná (Avinorte). "A Copel foi muito receptiva e me informaram que havia um programa em elaboração para resolver o problema, até que disseram em julho que seria lançado", conta.

Silva afirma que os produtores rurais não reclamam como moradores sem luz em casa, mas como empresários sem um insumo básico. Ele lembra que o desabastecimento de energia leva à morte de frangos, de peixes ou à perda de laticínios. "As redes no campo são monofásicas e precárias, então quando um produtor aumenta o consumo, a chave cai para o vizinho. É preciso recuperar isso", diz.

De acordo com o diretor-secretário da Avinorte, Jean Pazinato, a energia impacta em 12% no custo do setor. "Hoje os aviários são todos climatizados, com equipamentos eletrônicos, e quando há interrupções o resultado é catastrófico, com alto índice de mortalidade das aves", explica, em nota.

Produtor de tilápias na região de Rolândia e diretor de Aquicultura da SRP, Ricardo Neukirchner considera compreensível que a zona rural, menos habitada e mais distante que a urbana, receba atendimento de forma mais lenta quando há tempestades. "Porém, dependemos de equipamentos como aeradores e, quando há queda de energia por mais de 24 horas, quem não tem gerador, que é algo caro, pode ter perda de animais", completa.
Fábio Galiotto
Reportagem Local-folha de londrina
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