MP investiga se Prefeito de Cambira apresentou atestado médico falso
Prefeito ficou afastado por 20 dias e só apresentou atestado após 2 meses.
Maurílio dos Santos (PRB) diz que se afastou porque teve problema na coluna.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga uma denúncia contra o Prefeito de Cambira, norte do estado, Maurilio dos Santos (PRB) que há dois meses ficou 20 dias sem trabalhar e recebeu o salário integral. Só depois de questionado, apresentou um atestado médico. A promotoria de Defesa do Patrimônio Público investiga a veracidade do documento.
Santos diz ter tido uma dor na coluna, e por isso, precisou se afastar. “Vou completar 40 anos em setembro e nunca precisei apresentar atestado nas empresas que trabalhei. É a primeira vez na minha vida, e deu todo esse transtorno”, alega o prefeito.
O motivo do transtorno foi uma licença que o prefeito tirou em junho. Quando retornou ao trabalho, em julho, Maurilio dos Santos não apresentou nenhuma justificativa para o afastamento, e foi denunciado para o MP-PR por recebimento irregular do salário.
De acordo com a promotoria, na data do atestado não há nenhum registro de consulta realizada por Maurílio dos Santos no posto de saúde. O atestado é assinado pelo médico do município Joel Severino Chaves.
Embora tenha ficado 20 dias sem trabalhar, o Prefeito de Cambira recebeu integralmente o salário do mês, que é de R$ 9.500. O prefeito apresentou atestado médico quase dois meses depois do afastamento.
“No dia do atestado médico, ele [prefeito] não teria passado por consulta médica no posto de saúde. Também não encontramos documentação referente a essa consulta no consultório particular do médico. Junto do prontuário médico dele, não há nenhum tipo de anotação que viesse a comprovar o atendimento médico feito ao prefeito naquela unidade básica de saúde”, diz o promotor Eduardo Cabrini.
O médico que assinou o atestado médico não foi encontrado pela reportagem. O prefeito se justifica dizendo que a consulta foi feita no gabinete na prefeitura, onde ele também disse que tinha esquecido o atestado.
“Achava que não precisava entregar. O documento estava comigo, no meu gabinete, dentro de uma pasta. Não tenho o que esconder de ninguém”, enfatiza o prefeito.
Na cidade, o assunto é o mais discutido entre a população. “Sou registrada e trabalho oito horas por dia. Se eu faltar, o patrão vai descontar do meu salário”, diz uma moradora.
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