Acel é pioneira no atletismo em Londrina
Kiyomi Nakagawa, atleta do clube, quebrou o recorde brasileiro de arremesso de dardo em 1965
O município de Londrina tem sido um polo de atletismo no Brasil nos últimos anos graças à implantação da pista de atletismo na Universidade Estadual de Londrina, que atualmente está em reforma. No entanto, o primeiro clube a implantar o esporte na cidade, com todas as suas modalidades, foi a Associação Cultural e Esportiva de Londrina (Acel). Na época, os atletas utilizavam o campo de beisebol como espaço para realizar os treinamentos.
Uma das atletas de destaque foi Kiyomi Nakagawa, que quebrou o recorde brasileiro de arremesso de dardo em 1965, ultrapassando a barreira dos 43 metros. No mesmo ano ela foi campeã sul-americana de atletismo no Rio de Janeiro, arremessando o dardo a 41,51 metros de distância. Dois anos depois ela voltou a repetir o feito e obteve a medalha de ouro no sul-americano de atletismo realizado em Buenos Aires, na Argentina, arremessando o dardo a 40,30 metros. Em 1969, em Quito, no Equador, ela foi bronze com 41,02 metros e dois anos depois, em Lima, no Peru, foi vice-campeã mundial com 42,42 metros.
"Participei de cinco sul-americanos e me tornei bicampeã. Quebrei o recorde brasileiro em São Paulo e nos Jogos Abertos em Apucarana, também em 1965", relatou Kiyomi. Ainda em atividade, neste mês ela irá participar de um campeonato máster de atletismo em São Paulo, na modalidade arremesso de peso. "Como não tenho lugar para treinar, vou apenas com o treino da academia de musculação e do condicionamento físico que uso para praticar softbol. Minha participação será mais para rever os amigos.
"Quando Londrina participava dos Jogos Abertos no Paraná os atletas eram praticamente só da Acel", relembrou Kiyomi, reforçando que os jogos entre as comunidades nipo-brasileiras eram bastante populares. "Fui a primeira atleta feminina a completar 20 anos consecutivos de participação dos jogos intercoloniais. A Acel tinha uma equipe feminina muito forte. Fomos participar dos Jogos Abertos do Brasil e batemos o melhor time, o de Campinas. Nós éramos só nisseis e fomos campeões pela Acel", relembrou.
Kiyomi contou que iniciou no esporte sob a tutela do professor de japonês Kaoru Onuma, que lecionava na escola japonesa do templo da religião Tenrikyo. "Depois comecei a treinar com o professor Orlando Nakashi, que foi o responsável pelo desenvolvimento do esporte na Acel", apontou.
O marido dela, Issamu Suzuki, também praticou atletismo na década de 1960, e confirmou que os treinos eram realizados na terra. "Os treinamentos eram realizados nos fins de semana e às quintas-feiras. Treinávamos com sapatos de prego e a estrutura era bastante precária." Naquela época os atletas se deslocavam de trem a São Paulo para participar de competições. "Levávamos um dia e uma noite para chegar lá. Éramos quase 100 atletas", recordou.
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Uma das atletas de destaque foi Kiyomi Nakagawa, que quebrou o recorde brasileiro de arremesso de dardo em 1965, ultrapassando a barreira dos 43 metros. No mesmo ano ela foi campeã sul-americana de atletismo no Rio de Janeiro, arremessando o dardo a 41,51 metros de distância. Dois anos depois ela voltou a repetir o feito e obteve a medalha de ouro no sul-americano de atletismo realizado em Buenos Aires, na Argentina, arremessando o dardo a 40,30 metros. Em 1969, em Quito, no Equador, ela foi bronze com 41,02 metros e dois anos depois, em Lima, no Peru, foi vice-campeã mundial com 42,42 metros.
"Participei de cinco sul-americanos e me tornei bicampeã. Quebrei o recorde brasileiro em São Paulo e nos Jogos Abertos em Apucarana, também em 1965", relatou Kiyomi. Ainda em atividade, neste mês ela irá participar de um campeonato máster de atletismo em São Paulo, na modalidade arremesso de peso. "Como não tenho lugar para treinar, vou apenas com o treino da academia de musculação e do condicionamento físico que uso para praticar softbol. Minha participação será mais para rever os amigos.
"Quando Londrina participava dos Jogos Abertos no Paraná os atletas eram praticamente só da Acel", relembrou Kiyomi, reforçando que os jogos entre as comunidades nipo-brasileiras eram bastante populares. "Fui a primeira atleta feminina a completar 20 anos consecutivos de participação dos jogos intercoloniais. A Acel tinha uma equipe feminina muito forte. Fomos participar dos Jogos Abertos do Brasil e batemos o melhor time, o de Campinas. Nós éramos só nisseis e fomos campeões pela Acel", relembrou.
Kiyomi contou que iniciou no esporte sob a tutela do professor de japonês Kaoru Onuma, que lecionava na escola japonesa do templo da religião Tenrikyo. "Depois comecei a treinar com o professor Orlando Nakashi, que foi o responsável pelo desenvolvimento do esporte na Acel", apontou.
O marido dela, Issamu Suzuki, também praticou atletismo na década de 1960, e confirmou que os treinos eram realizados na terra. "Os treinamentos eram realizados nos fins de semana e às quintas-feiras. Treinávamos com sapatos de prego e a estrutura era bastante precária." Naquela época os atletas se deslocavam de trem a São Paulo para participar de competições. "Levávamos um dia e uma noite para chegar lá. Éramos quase 100 atletas", recordou.
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Vítor Ogawa
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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