Fábrica de Apucarana utiliza resíduos tóxicos para produzir abas de boné
Polícia Ambiental prendeu proprietário e gerente de indústria nesta quarta (30).
Fiscais encontraram embalagens de agrotóxicos e seringas hospitalares.
Uma fábrica de aba de bonés foi parcialmente interditada em Apucarana, no norte do Paraná, nesta quarta-feira (30). Segundo a Polícia Ambiental e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a empresa usava embalagens de agrotóxicos e resíduos de serviços hospitalares para fabricar as abas. Isso é proibido.
A polícia e secretaria de Meio Ambiente chegaram até a fábrica depois de uma denúncia anônima. No local foi encontrada uma grande quantidade de embalagens de agrotóxicos, muitas ainda estavam com resto de veneno, e lixo hospitalar, como bolsas de soro e até seringas com agulhas.
“Esses resíduos são considerados Classe 1, são resíduos perigosos. Justamente por essa periculosidade, esse produtos, por serem contaminantes e infectantes, devem ser destinados corretamente, com total controle ambiental. A fábrica tem a licença ambiental, mas o escopo da licença não permite que trabalhe com esse tipo de material”, explica o secretário de Meio Ambiente, Ewerton Pires.
Durante a operação do dono da empresa e o gerente foram presos e liberados logo depois de pagarem fiança. Os dois deverão responder por crime ambiental.
Fotos feitas pelos fiscais provam o uso do material tóxico no processo de fabricação. Em uma das imagens a embalagem de agrotóxico já está na esteira na linha de produção.
Fotos feitas pelos fiscais provam o uso do material tóxico no processo de fabricação. Em uma das imagens a embalagem de agrotóxico já está na esteira na linha de produção.
O advogado da fábrica disse que os produtos foram comprados por engano. “No caminhão que chegou à fábrica veio com esses materiais irregulares misturados a carga correta, que pode ser reciclada. Já estamos tomando as devidas providências, vamos cumprir todas as exigências para que a situação seja resolvida”, argumenta o advogado da indústria Gerson Simões Santos.
A empresa terá que fazer a destinação correta dos produtos irregulares. “A empresa terá que destinar corretamente esses materiais, deverá encaminhar esse material para uma empresa autorizada a receber esse tipo de produto. Enquanto a empresa não fizer esse procedimento, ficará interditada”, pontua o secretário do Meio Ambiente de Apucarana.
Há uma semana fiscais da Secretaria do Meio Ambiente também encontraram um lote de resíduos de serviço de saúde com identificação do Hospital Universitário de Londrina no aterro da cidade, o que é proibido.
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