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População de cidade no sul impede reajuste no salário dos vereadores

Decisão foi tomada na sessão de segunda (31), em São Mateus do Sul.
Vereadores também elaboraram requerimento para reduzir seus salários.

Do G1 PR, com informações da RPC Ponta Grossa
Vereadores de São Mateus do Sul, na região sul do Paraná, votaram e aprovaram, em primeira votação, um projeto de lei que aumenta os seus salários. A população discordou e se uniu para impedir. O projeto de lei acabou suspenso e, na sessão de segunda-feira (31), os vereadores ainda elaboraram um requerimento de redução salarial.
Ainda faltava uma hora para o início na sessão da Câmara Municipal quando os moradores começaram a chegar. “A intenção é a redução dos salários dos vereadores. Tem que ser um salário condizente com o serviço que eles estão prestando hoje para os moradores de São Mateus do Sul”, disse o organizador do movimento, Emanuel Maciel.
Cartazes mostravam a insatisfação do povo, que não concorda com o atual salário dos vereadores e, muito menos, com o aumento. “É muito dinheiro, acho que pode ser bem menos”, afirmou um dos manifestantes. "Eles cobram mais trabalho e menos dinheiro. Não vejo trabalho pela comunidade, pela cidade inteira”, relatou outro.
'Não' para o aumento
A mobilização, que começou na rua, seguiu para dentro da Câmara. Faltou espaço para tanta gente. O que motivou a manifestação da população foi a proposta de reajuste de 8,41% no salário dos vereadores. O projeto de lei, que começou a ser votado na semana passada, não chegou a ir para a segunda votação porque os moradores descobriram e começaram a pressão.
A sessão que daria sequência na votação seria realizada também na semana passada, mas foi cancelada. Se tivesse sido votado e aprovado, o reajuste de 8,41% aumentaria o salário dos vereadores em R$ 522, ou seja, de R$ 6.200 mil passaria para R$ 6.732 mil.

Durante a sessão, houve confusão. Depois da pressão popular para tirar o projeto de lei, parte dos vereadores anunciou que colocaria em votação um requerimento para abrir uma comissão para estudar a redução dos salários de vereadores, prefeito, vice e secretários da prefeitura.
“O projeto de lei foi arquivado e não se mexe mais, não corre o risco de voltar e ser aprovado. Se voltar, a população vai saber, mas não tem risco”, garantiu o presidente da Câmara, Enéas Melnisk.
Entretanto, o requerimento, pela Ordem do Dia, seria discutido por último. A população não gostou. Por causa das manifestações, a sessão foi suspensa. O presidente queria encerrar de vez as atividades, mas, depois de negociar com líderes do movimento, decidiu antecipar a votação.
E 'sim' para a redução
A proposta reduz os salários dos vereadores de R$ 6.210 para R$ 800; dos secretários, de R$ 6.713,13 para 3 mil; do vice-prefeito, de R$ 6.713,14 para R$ 3 mil; do prefeito, de R$ 21.161,05 para R$ 10 mil. Dos oito vereadores que votam na Câmara Municipal, cinco foram favoráveis e três, contrários.
“Na verdade, o valor é uma base. Agora, vamos discutir, vamos montar uma comissão, discutir com a população. Eles vão apresentar as suas questões e, nós, as nossas. Esperamos chegar a um denominador comum”, afirmou Melnisk.
Os moradores garantem que não serão enganados e que a luta para reduzir os salários vai continuar. Eles já até começaram a fazer um abaixo-assinado e querem, para os próximos dias, elaborar um projeto de lei, de iniciativa popular, propondo salários que, para eles, seriam os adequados para os representantes do povo.
“A gente tem que batalhar. A gente vai voltar de novo e pressionar sempre que for possível”,disse um dos manifestantes.
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