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Explosão em casa mobiliza Esquadrão Antibombas

Grupo foi acionado para desarmar outro artefato caseiro que não explodiu; primeira bomba destruiu vidraças e assustou moradores

Marcos Zanutto
Robô, guiado por controle remoto, disparou um canhão d’água de alta pressão sobre o artefato
Depois de 17 horas da explosão da primeira bomba caseira que destruiu vidraças e parte da estrutura metálica de uma casa na Rua Vigilato José da Cunha, no Jardim Alpes, na zona norte de Londrina, no começo da madrugada de ontem, o Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), de Curitiba, inutilizou outro artefato encontrado no local, que não havia explodido. A quadra permaneceu isolada durante todo o dia e só foi liberada por volta das 18 horas, quando o grupo especializado, com o uso de um robô, guiado por controle remoto, disparou um canhão d’água de alta pressão sobre o artefato.

Segundo o porta-voz da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar, tenente Bruno Franceschet, os policiais foram acionados pelo dono da casa por conta dos danos provocados pela explosão. Como a casa está em fase final de construção, ainda está sem moradores. Os vizinhos contaram que o susto foi grande. "Estava dormindo e acordei com o barulho. Ouvi muito choro de crianças. Teve gente que contou que a casa chegou a tremer", relatou o empresário Edemar Junior. Um morador, que preferiu não se identificar, achou se tratar de roubo. Só depois ele constatou que ninguém havia entrado na casa.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso. Alguns vizinhos serão ouvidos, mas as primeiras suspeitas são de que a ação foi motivada por vandalismo. O proprietário preferiu não conversar com a reportagem.

Esquadrão Antibombas do BOPE, de Curitiba, foi acionado para detonar um dos dois artefatos deixados em frente á residência.


Segundo o soldado Anderson Carlesso, do Esquadrão Antibombas, o artefato, feito com pólvora de rojão dentro de um cano de PVC, tinha alto poder destrutivo. "Basta ver os estragos nos vidros da janela e da fachada da casa. Se atingisse uma pessoa poderia causar ferimentos gravíssimos e até mesmo a morte."

Enquanto a rua estava fechada, uma estudante de direito contou aos policiais que o irmão mais novo já havia pegado o artefato. "Às vezes, os procedimentos parecem um excesso de cautela do Esquadrão, mas já houve casos de pessoas que morreram com explosivos que eles achavam que tinham falhado. Às vezes a pólvora úmida, por exemplo, queima devagar e explode depois. Nunca se deve manusear um explosivo", advertiu Carlesso. A orientação é sempre acionar a Polícia Militar pelo 190, que irá contatar o grupo especializado.

A demora para a chegada do Esquadrão Antibombas também foi motivo de preocupação para a população. "Imagine passar um dia inteiro ao lado de uma bomba. É preocupante. Já passou da hora de Londrina ter uma unidade destas para atender a região", cobrou outro morador que não quis se identificar.

Atualmente, a equipe de Curitiba é responsável por atender todo o Estado. Carlesso informou que os custos mínimos para a criação de outra unidade, que passam dos R$ 3,5 milhões, são o maior entrave. O grupo atende em média nove ocorrências por mês em todo o Estado. (Colaborou Rafael Fantin/Reportagem Local)
Celso Felizardo
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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