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(31-10-2015)Floresta é fonte de energia mais barata

Cooperativas têm investido em plantio próprio de madeira para usar na secagem de grãos e movimentação de caldeiras

Assessoria de Imprensa Coamo

O crescimento contínuo da produção agrícola paranaense e o desenvolvimento constante das agroindústrias têm exigido das cooperativas do Estado uma demanda de energia cada vez maior, principalmente no processo de secagem de grãos e movimentação das caldeiras. Para se abastecerem de energia, muitas cooperativas do Paraná investem forte no plantio de florestas para a retirada de madeira.
Segundo especialistas da área, a produção de madeira é rentável porque há uma escassez de matéria-prima não só no Paraná, mas em todo o País. Gilson Martins, assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), afirma que a falta de madeira tem obrigado as entidades a comprar produtos de fora do Estado, o que encarece os custos de produção.
De acordo com a Ocepar, só as cooperativas, sem contar com a produção dos associados, possuem, no Paraná, 20 mil hectares de florestas plantadas. Para que se tornem autossuficientes, Martins observa que seria necessária uma área de 30 mil a 35 mil hectares de florestas. O consumo anual das cooperativas é de 1,2 milhão de toneladas de madeira. "Quando achamos lenha, ela está muito cara."
O momento, revela o assessor da Ocepar, é de investir neste segmento porque, na avaliação dele, a madeira é um insumo essencial para as cooperativas. Segundo Martins, a preocupação com essa fonte de energia é recente pois somente agora as organizações viram no plantio de florestas uma forma de manterem-se competitivas no mercado.
Mas apostar na atividade tem sido um desafio. A forte valorização das terras do Paraná e dos insumos agrícolas tem atrapalhado muitos investimentos. "Algumas cooperativas estão começando a arrendar terras para fazer o plantio de florestas", diz Martins.

Representatividade
Prova do crescimento e do apoio do cooperativismo no setor florestal é o aumento da participação do setor agrícola. Amauri Ferreira Pinto, coordenador da área de florestas do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), afirma que antes de 2003, 65% da produção de madeira eram dominados por grandes empresas de papel e celulose, com apenas 35% de participação do setor agrícola. Hoje, a participação de grandes empresas no mercado paranaense caiu para 48%, sendo que 52% já está sob o domínio do setor agrícola.
Pinto afirma que o cooperativismo contribui muito para o segmento florestal. "Temos oferecido cursos voltados para as cooperativas", destaca. O técnico do Emater afirma que o crescimento da atividade no Estado é vertiginoso. De acordo com dados da entidade, em 1997, a área florestal do Paraná era de 820 mil hectares. Hoje, o Emater calcula em 1,6 milhão de hectares. Eucalipto e Pinus são as duas espécies predominantes na produção de madeira no Estado.
Até 2011, Pinto lembra que a taxa de crescimento do setor florestal no Paraná era de 7,7% ao ano. Com a crise econômica mundial de 2008, o consumo pela matéria-prima reduziu, mas ele acredita que a retomada das exportações brasileiras de madeira deve reaquecer o setor. No Paraná, o consumo está estagnado nos 51 milhões de toneladas por ano, mas o setor, principalmente as cooperativas, investe forte no segmento já pensando no pós-crise, com a retomada do crescimento da economia nacional.
Ricardo Maia
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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