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PMDB confirma expulsão de Pessuti por infidelidade

Argumento é que o ex-governador descumpriu resolução da legenda por aceitar cargo no BRDE ao ser nomeado pelo tucano Beto Richa

Orlando Kisner/ANPR
Defensor da coligação com o PSDB, Orlando Pessuti virou alvo no partido desde que gravou críticas de Roberto Requião contra Beto Richa no ano passado
Curitiba - A Comissão de Ética do PMDB do Paraná decidiu ontem, em reunião na sede do partido, em Curitiba, expulsar o ex-governador Orlando Pessuti de seus quadros por infidelidade partidária. O argumento é de que uma resolução da própria legenda, de 15 de junho deste ano, proíbe os filiados com cargo ou função de direção de participar da administração direta ou indireta da gestão Beto Richa (PSDB). Membro do diretório estadual e delegado na convenção nacional do PMDB, Pessuti é atualmente diretor do Conselho Administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento o Extremo Sul (BRDE), tendo sido nomeado pelo próprio tucano.

Dos seis membros da comissão presentes, cinco votaram pela expulsão: o relator João Benjamin dos Santos e os conselheiros Neuroci Antonio Frizzo, Márcia Regina Ferreira da Silva, Nizan Pereira e Sergio Benedetti. Já Celso Wenski se absteve. Em seu parecer, Santos disse que todas as formalidades legais e estatutárias, como o direito à ampla defesa e as garantias dentro do processo, foram cumpridas. O documento previa um prazo de 60 dias de afastamento das funções partidárias, com o posterior encaminhamento do caso à comissão. A expulsão se deu com base no artigo 20 e os itens V e VII do Código de Ética.

Defensor da coligação com o PSDB nas últimas eleições, o ex-governador entrou em rota de colisão com colegas de sigla após ter gravado um depoimento criticando o senador Roberto Requião (PMDB), que concorria ao Palácio Iguaçu, contra Beto. A peça foi ao ar no horário eleitoral do candidato à reeleição, a poucos dias do primeiro turno. Na semana passada, em 25 de setembro, o grupo já tinha deliberado pela expulsão de Wilson Bley Lipski, nomeado por Beto superintendente executivo do Paraná Cidade, pertencente à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu). O julgamento seguiu os mesmos parâmetros.

A FOLHA procurou ontem o ex-governador Orlando Pessuti, em seus celulares e por meio de sua assessoria de imprensa, mas não conseguiu contato até o fechamento desta edição. O deputado federal Osmar Serraglio, o ex-secretário-geral da legenda Doático Santos, o deputado estadual Alexandre Curi, o ex-parlamentar Stephanes Júnior e o líder do governo na Assembleia Legislativa (AL), Luiz Cláudio Romanelli, também seguem na mira da chamada ala requianista da legenda. De todos esses nomes, porém, o único que ocupa uma função na administração estadual hoje é Romanelli. Depois de ter ficado afastado desde maio, ele reassumiu, no mês passado, mediante liminar, a segunda vice-presidência do partido.
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
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