Secretaria da Educação PR prevê fechar ‘no máximo’ 40 escolas
Segundo governo, levantamento completo só deve ser divulgado em novembro, depois de uma análise pedagógica dos núcleos; estimativa é economizar até R$ 15 milhões anuais em alugueis
Curitiba – A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) informou ontem, em coletiva de imprensa, que pretende fechar "no máximo" 40 escolas estaduais em 2016. O levantamento final só deve ser divulgado a partir da segunda quinzena de novembro, depois de uma análise pedagógica e de gestão de recursos humanos, a ser conduzida em parceria com os gestores locais. A rede pública estadual possui 2,1 mil instituições e quase um milhão de alunos. A Seed não soube dizer quantas pessoas serão impactadas pela medida.
A pasta elaborou um estudo preliminar, considerando 71 estabelecimentos. Destes, 31 estão localizados no campo, sendo a maioria em municípios pequenos do interior, 19 são Centros de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebjas) e outros 21 dizem respeito a contratos de locações – a ideia da gestão Beto Richa (PSDB) é transferi-los para prédios públicos. Com a alteração, a administração estima economizar entre R$ 13 milhões e R$ 15 milhões anuais somente em alugueis. Em São Paulo, Estado também administrado pelo PSDB, a "disponibilização" de 94 escolas provocou protestos em várias cidades.
A Secretaria não divulgou o nome dos estabelecimentos que serão afetados, mas no fim da tarde de ontem enviou uma lista com 22 prédios locados que podem ser entregues pelo Estado. São cinco colégios estaduais, nove Ceebjas e oito prédios de Núcleos Regionais de Educação (NREs), incluindo os da Capital e de Maringá. Segundo a planilha, a soma dos valores dos alugueis chega a quase R$ 300 mil por mês.
IMPACTOS
De acordo com a superintendente de Desenvolvimento Educacional da Seed, Vanda Dolci Garcia, os 32 Núcleos Regionais de Educação têm até o final desta semana para encaminhar seus pareceres sobre os impactos dos possíveis fechamentos à Seed. Eles mesmos ficaram de discutir a questão com as comunidades. "Estamos num primeiro momento, que é o da análise da infraestrutura. E não é porque, do ponto de vista das salas ociosas e da ociosidade dos prédios escolares, nós temos possibilidade de readequação ou de extinção de escola que isso será feito", afirmou.
Vanda conversou com os jornalistas no lugar da secretária Ana Seres, que participou de um evento ao lado do governador. Ela garantiu que nenhum estudante ficará sem vaga no ano que vem. Também considerou o prazo para reorganização adequado, uma vez que, por conta da greve dos professores, as matrículas estão previstas para ocorrer em janeiro. "Estávamos sim contando com o apoio, com a discussão, e sabíamos que ia dar toda essa movimentação dento da área educacional. Faz parte do processo nosso de planejamento", contou. A superintendente admitiu, por outro lado, que o posicionamento dos NREs não será suficiente para manter as turmas. "O que vai definir é a análise do núcleo aliada à analise pedagógica da superintendência".
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA