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Sesp cobra mais proteção para caixas eletrônicos

Estado usará Código do Consumidor para fiscalizar instalação de dispositivos em bancos e inibir arrombamentos e explosões

Gustavo Carneiro/09-12-2013
Paraná registrou 129 explosões de caixas eletrônicos entre janeiro e setembro deste ano
O Paraná registrou 129 explosões de caixas eletrônicos entre janeiro e setembro deste ano e a alta nas ocorrências nas regiões metropolitanas e nos municípios do interior levou a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) a cobrar dos bancos a instalação de tecnologias para evitar arrombamentos.

O secretário estadual de Segurança Pública, Wagner Mesquita, lembrou que uma reunião foi realizada, em abril, com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Procon e Delegacia do Consumidor e a apresentação de um cronograma para instalação dos dispositivos foi solicitada aos bancos no prazo de 90 dias. De acordo com ele, a Delegacia do Consumidor vai acompanhar a execução do cronograma e pode tomar medidas cabíveis, como polícia judiciária e administrativa, caso o Código do Consumidor não seja cumprido pelos bancos.

"A ideia é que haja responsabilização por crime de perigo já que coloca o consumidor em risco por oferecer um serviço em que não há segurança", afirmou Mesquita. Segundo ele, laudos periciais apontam que a maioria das explosões ocorre em caixas eletrônicos sem sistema de defesa preventivo, como fumaça e alerta sonoro, ou de pós-operação, quando as cédulas são cortadas ou manchadas por tinta. "O crime organizado tem essas informações", acrescentou.

O presidente da Federação dos Vigilantes do Estado do Paraná (Fetravispp), João Soares, informou que 120 explosões foram registradas nos primeiros noves meses de 2014, mas o crescimento desse tipo de crime é considerado ainda maior por conta da desativação dos caixas em locais fora das agências bancárias. "Em uma comparação simples, o aumento é de apenas de nove ocorrências. Mas, neste ano, supermercados, posto de combustíveis e comerciantes solicitaram a desativação dos caixas por questões de segurança. Apesar de diminuir o número de caixas disponíveis, as explosões aumentaram", analisou.

Conforme o representante dos vigilantes, uma pequena porcentagem das agências apresenta sistema de segurança. Na opinião dele, a iniciativa da Sesp é válida, mas o Estado terá dificuldades para cobrar o cumprimento das medidas. "O plano de segurança exige vigilante armado, alarme ligado à polícia ou à empresa privada e um terceiro item opcional, como câmeras ou porta giratória. O sistema é frágil e os bancos não estão dispostos a gastar com mais itens", criticou.

INVESTIMENTOS

Em nota, a Febraban afirma que os bancos investem cerca de R$ 9 bilhões por ano em segurança e que adotaram medidas preventivas na última década como instalação de cofres com dispositivo de tempo, circuitos fechados de TV e sistemas de monitoramento. "Os bancos também reduziram o volume de dinheiro disponível nas agências e incentivam a população a usar os canais eletrônicos para realizar operações bancárias. O resultado desses investimentos tem se refletido na queda no número de assaltos. Em 2014, houve 395 assaltos a bancos em todo o País, ante 449 de 2013", comparou.

De acordo com a Febraban, os bancos seguem a lei federal de 1983 que prevê a obrigatoriedade de um plano de segurança submetido à Polícia Federal, elaborado por equipes técnicas e profissionais que analisam as características de cada ponto de atendimento.
Rafael Fantin
Reportagem local-FOLHA DE LONDRINA
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