[Fechar]

Últimas notícias

Após tiroteio, grupo faz reféns em hotel no Mali; polícia invade prédio

Ação libertou parte dos hóspedes e funcionários, mas restam 138 confinados.
Grupo afiliado à Al-Qaeda reivindica atentado com mensagem no Twitter.

Do G1, em São Paulo
Policial malinês acompanha um dos reféns libertados no hotel Radisson Blu (Foto: Harouna Traore/AP)Policial malinês acompanha um dos reféns libertados no hotel Radisson Blu (Foto: Harouna Traore/AP)
Um grupo armado fez cerca de 170 reféns em um hotel de alto padrão de Bamako, capital do Mali, no oeste da África, após invadir o edifício e deixar feridos num tiroteio. Três pessoas foram mortas, dois malineses e um francês. Após cerca de cinco horas de cerco, uma ação policial conseguiu libertar cerca de 80 reféns, afirma a rede de TV estatal.

De acordo com a AFP, o Ministéro da Segurança do Mali confirmou à agência que uma ação policial pôs fim ao sequestro e não havia mais reféns em poder do grupo armado no começo da tarde desta sexta-feira.
A conta do número de pessoas ainda não fecha, porque a Rezidor, empresa americana que administra o Radisson Blu, o hotel invadido, afirma que ainda há 138 pessoas no prédio (125 hóspedes e 13 funcionários).
A postagem de uma conta do Twitter que se identifica como de propriedade do grupo terrorista Al-Mourabitoun reivindicou o ataque. Agências de inteligência, porém, ainda não conseguiram confirmar a autenticidade da mensagem. O Al-Mourabitoun é filiado à rede terrorista internacionalAl-Qaeda e atua primordialmente no norte do Mali.
O ministério da Segurança de Mali afirma que, antes da ação policial principal, ocorrida por volta das 10h (hora de Brasília), alguns soldados já haviam conseguido libertar "uma dezena" de reféns.
Localização do hotel Radisson Blu, sequestrado por homens armados em Bamako, Mali (Foto: G1/Arte)
Segundo fontes de segurança locais ouvidas pela agência France Presse, os agressores armados com fuzis AK-47 são "jihadistas". Alguns reféns foram liberados pelos próprios sequestradores, incluindo duas mulheres, após provarem que eram capazes de recitar versos do Alcorão. Quando percorriam os corredores do hotel, os agressores gritavam "Alá é grande", afirmam testemunhas.
O Radisson Blu permanece cercado por policiais e soldados do exército malinês e da ONU. Imagens da TV estatal malinesa mostram que a polícia já tomou o lobby do hotel.
Segundo a Rezidor, inicialmente, entre os reféns havia 140 hóspedes e 30 funcionários. No momento da invasão, foi possível ouvir disparos do lado de fora do hotel. Segundo as forças de segurança, duas das pessoas feridas por tiros ainda estão vivas, mas não foram identificadas.
O presidente do Mali, Ibrahim Keïta, cancelou uma viagem que tinha programada para o Chade e retornou à capital Bamako.
Resgate
A ONU diz que três de seus representantes foram resgatados do hotel antes da invasão do exército. A companhia aérea turca Turkish Airlines afirma que tinha sete funcionários dentro do Radisson Blu, três dos quais conseguiram escapar sozinhos.
Segundo a administração do hotel, o ataque estaria sendo realizado por apenas dois ou três homens, que entraram no prédio às 7h00 locais (5h00 na hora de Brasília). Forças de segurança, porém, estimam que dez homens participam da ação armada.
Segundo a Reuters, os homens armados percorreram o hotel andar por andar buscando reféns e se entrincheiraram no sétimo andar. O grupo armado teria entrado no hotel inicialmente aproveitando a abertura de um portão para um carro com placa de diplomatas, contra o qual abriu fogo.
O Radisson Blu fica a 1,5 km de distância da Embaixada dos EUA no Mali. Diplomatas americanos no local já emitiram um comunicado via Twitter pedindo a todos os cidadãos americanos que procurem abrigo. Funcionários da embaixada estão alocados dentro do prédio.
A empresa Air France afirmou que doze de seus funcionários estavam no hotel, mas foram libertados pela ação policial. A empresa cancelou todos os vôos de Paris para Bamako previstos nesta sexta-feira (20).
Soldados no cerco ao hotel Radisson Blu, invadido por homens armados em Bamako (Foto: Habibou Koyate/AFP)Soldados no cerco ao hotel Radisson Blu, invadido por homens armados em Bamako (Foto: Habibou Koyate/AFP)
Conexão francesa
Em 2012, vários grupos jihadistas ligados à Al-Qaeda se apoderaram de zonas do norte de Mali, que foi colônia francesa até 1960. Muitos foram expulsos da região após uma ação militar internacional iniciada em janeiro de 2013, proposta pela França.
A operação militar está em andamento, porque algumas áreas ainda estão fora de contre do governo de Mali. No início, os ataques jihadistas se concentraram apenas no norte do país, depois se espalharam para o sul e para o centro.
Ainda ontem, o presidente francês, François Hollande, havia parabenizado tropas francesas pelo sucesso de uma série de operações no norte do Mali. O governo francês afirmou que fará todo o possível para ajudar alibertar cidadãos franceses que estiverem no hotel.
Segundo a rede de TV CNN, o governo francês está enviando uma equipe tática de dez policiais de elite a Bamako.
"Mais uma vez, terroristas querem marcar presença com barbáre em todos os lugares onde podem matar, onde possam causar impressão e assassinato", afirmou Hollande em pronunciamento. "Precisamos de nove ter firmeza e mostrar nossa solidariedade para com nosso amigo, o país do Mali."
O Al-Mourabitoun é um dos grupos atuando no norte do Mali, e é liderado pelo terrorista Mokhtar Belmokhtar, que já foi membro do núcleo central da Al-Qaeda. Seu grupo no Mali já havia reivindicado autoria de um ataque que deixou cinco mortos em um restaurante em março e outro atentado contra forças de segurança da ONU em abril.
Soldados em cerco ao hotel Radisson Blu, em Bamako, no Mali, sequestrado por homens armados (Foto: Habibou Koyate/AFP)Soldados em cerco ao hotel Radisson Blu, sequestrado por homens armados (Foto: Habibou Koyate/AFP)
O governo americano afirmou que há cidadãos dos EUA no Radisson Blu e disse que forças americanas estão dando apoio aos soldados malineses que estão encarregados de lidar com o sequestro do hotel. Alguns dos soldados americanos se encarregaram de escoltar seis cidadãos dos EUA libertados do hotel até áreas seguras.
O presidente Barack Obama, que estava nesta manhã visitando a Malásia, disse que está acompanhando o desenrolar da situação.
Um turista numa área próxima ao sequestro do hotel fez algumas imagens da movimentação policial na área. Veja abaixo.GLOBO.COM

UA-102978914-2