Não visita a filha’, diz delegada sobre mãe suspeita de obrigar menor a sexo
A adolescente de 12 anos supostamente obrigada pela mãe a fazer sexo por moradia não recebe a visita da mulher desde que foi levada ao abrigo para menores de Tatuí (SP), em 10 de outubro, há 24 dias, diz a delegada Silvia Betti Albiero. A mulher de 47 anos pode se encontrar com a filha, alega Albiero. “A menina veio até a delegacia no fim de semana passada e escreveu uma carta para que a gente entregasse à mãe dela. Não cheguei a ler, mas me emocionei”, afirma nesta terça-feira (3) a chefe da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Dias depois das denúncias, em 13 de outubro, Albiero já havia alertado para o egoísmo e frieza da mulher. “Em nenhum momento ela se indignou ao saber das denúncias de estupro, também não perguntou qual seria o destino dela e só ficou nervosa quando soube que seria presa. Ela age por seus próprios interesses, desde que tenha alguma vantagem”, afirma.A denúncia ocorreu em outubro, quando o Conselho Tutelar fazia um trabalho no Bairro Novo Horizonte. Acompanhados de guardas municipais, conselheiros foram até a casa da menina, que morava com a mãe e outros dois homens. Ao perceber a situação de abandono, a menina foi levada ao abrigo e a polícia começou a investigar o caso. Três homens de 37, 46 e 71 anos são suspeitos de terem feito sexo com ela.
Para a delegada, o caso se mostra mais como um problema social e não policial. “Desde que ela foi levada à Casa de Acolhimento Institucional, o irmão de 19 anos e a irmã, de 22, também não foram visitá-la e o pai foi ao local apenas para falar que não tem condições de criá-la porque é alcoólatra. A menina não tem avós, ou seja, ninguém se interessou em cuidar dela. Pelo menos no abrigo municipal ela está recebendo o mínimo: que é alimentação, higiene pessoal e escola”, completa Albiero.
Investigação dos abusos
O laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML), divulgado no último dia 21 afirma que a menor é virgem, mas a delegada não descarta outros tipos de abusos sexuais. “Os homens poderiam praticar outros tipos de sexo com ela. Não descartamos nenhuma possibilidade”, suspeita a delegada.
O laudo feito pelo Instituto Médico Legal (IML), divulgado no último dia 21 afirma que a menor é virgem, mas a delegada não descarta outros tipos de abusos sexuais. “Os homens poderiam praticar outros tipos de sexo com ela. Não descartamos nenhuma possibilidade”, suspeita a delegada.
O homem de 37 anos já está preso por outro caso de estupro a adolescente, enquanto o idoso e o homem de 46 anos respondem em liberdade. O idoso seria com quem ela vivia e seria obrigada pela mãe a fazer sexo por moradia. Todos negaram as acusações. “Continuamos investigando a situação dos homens, mas fora o depoimento da criança, não há denúncias de testemunhas contra eles”, afirma Silvia.
Além de abandono de incapaz, a mulher também é suspeita de estupro e aliciamento, mas não foi presa por esses crimes por falta de provas. “Quando a garota soube que a mãe seria presa ficou desesperada para defendê-la. Para ela, a mãe só queria o bem. A jovem só se acalmou quando foi ao abrigo municipal e tomou um banho, já que estava cheia de coceira por piolhos”, diz Silvia.
Entenda o caso
A denúncia ocorreu em 10 de outubro quando a conselheira tutelar Fabiana Cristina Campos atendia no Bairro Novo Horizonte, onde a jovem vivia com a mãe, o namorado dela e o irmão dele, o idoso de 71 anos. A conselheira recebeu informações sobre o caso e foi com uma equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) ao local.
A denúncia ocorreu em 10 de outubro quando a conselheira tutelar Fabiana Cristina Campos atendia no Bairro Novo Horizonte, onde a jovem vivia com a mãe, o namorado dela e o irmão dele, o idoso de 71 anos. A conselheira recebeu informações sobre o caso e foi com uma equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) ao local.
A garota afirmou à conselheira que os estupros aconteciam há três meses, desde julho, quando ela e a mãe se mudaram para a casa do idoso e do companheiro da mulher, irmão do idoso. Mas à delegada, a menina disse que os abusos começaram com o homem de 46 anos antes do período, pelo menos desde maio de 2014.
A mulher de 47 anos responde pelos crimes de abandono de incapaz, já que a menina foi encontrada pelo Conselho Tutelar em situação crítica. Ela foi presa, mas pagou fiança de R$ 5 mil e foi liberada. “A adolescente não era matriculada em escola e estava cheia de piolho quando foi encontrada, tanto é que só pedia por banho e cheguei a dar um creme pessoal para evitar as coceiras dela”, diz a delegada. A suspeita pode ainda responder pelos crimes sexuais, se comprovado que obrigava a filha a fazer sexo com os homens, completa Silvia.
Segundo o Conselho Tutelar, a menina contou que estava há cinco dias sem tomar banho, sem alimentação adequada e cheia de piolhos. "A cada momento ela parava para perguntar se podia tomar banho. Além da infestação de piolhos, as unhas estavam compridas e sujas. Me parece que há uma falta de estrutura familiar desde a juventude dessa mãe, já que ela expõe a própria filha a tais riscos”, afirma o presidente do órgão, Luiz dos Santos Netto.