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Ataque a hotel termina com 23 mortos

Al Qaeda reivindicou a ação em Burkina Fasso; horas depois, casal austríaco foi sequestrado no país

Ahmed Ouoba/AFP
Soldados franceses vindos de Mali auxiliaram na operação de retomada do prédio; quatro invasores foram mortos

Um médico austríaco e sua mulher foram sequestrados ontem na região de Sahel, em Burkina Fasso. Segundo Ministério de Segurança do país, os dois foram capturados por extremistas no norte burquinense, na fronteira com o Mali. O casal fazia trabalho voluntário na cidade de Baraboule, na província de Soum. Nenhum grupo reivindicou a ação. Não há informação se o sequestro está relacionado ao ataque a um hotel de luxo na capital do país, Uagadugu, que foi reivindicado pela Al Qaeda no Magreb Islâmico. A ação deixou ao menos 23 mortos, e funcionários e hóspedes foram feitos reféns.
O ministro de Segurança do país, Simon Compaore, disse à rádio estatal que as vítimas do ataque ao Hotel Splendid, frequentado por turistas estrangeiros, são de 18 nacionalidades. Ele não deu mais detalhes.
Até o fechamento da edição, o Itamaraty não tinha informações sobre brasileiros entre os reféns. A comunidade brasileira no país tem cerca de 45 pessoas.
Militares do Exército burquinense e tropas francesas retomaram o controle do Splendid e do café vizinho Cappuccino ontem de manhã e libertaram 126 reféns. O ministro Compaore afirmou que ao menos 33 dos reféns ficaram feridos e três invasores foram mortos, dois africanos e um árabe.
Uma segunda operação aconteceu ontem no Hotel Yibi, próximo ao local do sequestro, onde as forças de segurança suspeitavam que parte do grupo armado pudesse ter se escondido. Segundo o presidente Roch Marc Christian Kabore, um quarto criminoso foi morto no hotel. O presidente afirmou ainda que dois dos invasores eram mulheres, mas não deu mais detalhes.
Burkina Fasso, país de maioria muçulmana (60%) que se tornou independente da França em 1960, é um importante aliado de Paris e de Washington no combate a militantes islamitas no oeste da África.

MAIS ATAQUES
A invasão ocorre menos de dois meses depois do ataque ao hotel Radisson Blu na capital do Mali, Bamako, que deixou 20 mortos, incluindo 14 estrangeiros. Dois grupos reivindicaram o ataque de Bamako: Al Murabitun e a Frente de Libertação de Macina (FLM, movimento jihadista malinês).
Os terroristas mantiveram durante várias horas cerca de 150 clientes e funcionários do hotel como reféns antes da intervenção das forças do Mali, apoiadas por forças especiais francesas e americanas e por agentes das Nações Unidas. Dois terroristas morreram.
Após esses ataques, os serviços consulares franceses em Burkina Fasso ampliaram sua zona vermelha de perigo, desaconselhando viagens para grande parte do país. Ainda que a capital não tenha sido incluída, Paris recomendou prudência. Fontes de segurança tinham sugerido a hipótese de ataques jihadistas na região.
Folhapress
FOLHA DE LONDRINA
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