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Bares marcam a história da região

Porão Rock Bar e Carioca, pontos tradicionais de Cornélio Procópio, comemoram 38 anos de história em 2016

Vipcp/Divulgação
Os discos de vinil de clássicos do rock decorando as paredes são a marca registrada do Porão
Rubia Pimenta
Instalado no alto do morro do monumento Cristo Rei, o Bar do Carioca conta com uma vista privilegiada

Cornélio Procópio - É difícil encontrar um morador de Cornélio Procópio que não tenha uma história para contar de uma festa no Porão Rock Bar, ou mesmo quem nunca tenha comprado um cerveja, no domingo à tarde, no Bar do Carioca, e por ali parou para aproveitar a bela vista do alto do Cristo e o som de algum roqueiro que dava uma "canja". Pois esses dois bares, tão tradicionais na cidade, comemoram, em 2016, 38 anos.
O rock é a alma dos dois estabelecimentos. Com ar de pub inglês, o Porão Rock Bar aposta em uma decoração sofisticada. "Sou um apaixonado pelo rock. Rodei por diversas cidades, pegando influência de muitos lugares", conta o sócio-proprietário e fundador do Porão Rock Bar, Dirceu Funari Júnior. Hoje o estabelecimento também é administrado pelos irmãos Luiz Alberto e Luiz Gustavo Dib Canônico.
Os discos de vinil de clássicos do rock decorando as paredes são a marca registrada do estabelecimento. "Nós tínhamos um monte de vinis, e resolvemos decorar o bar com eles, colocando-os em molduras. O resultado ficou tão bom que muitos amigos começaram a trazer seus discos para ajudar na decoração. No final faltou parede para tanto disco", brinca Funari.
O nome remete ao antigo comércio que havia no prédio. "O local era um porão mesmo, onde funcionava uma gráfica antigamente", lembra Funari. A ideia de montar o estabelecimento surgiu por conta da sua vocação para festas. "Eu era estagiário em um banco, tinha uma aparelhagem de som e sempre organizava festinhas. Um dia, uma funcionária do banco, a Antoninha Landgraff, cuja família era dona do prédio, me convidou para abrir o bar, com festas e tal. Eu topei e lá fiquei por três anos. Só vendi porque tinha que fazer faculdade", conta Funari, que é graduado em Engenharia Civil.
Dezesseis anos depois Funari reassumiu o Porão, com os atuais sócios. Nesse meio tempo, o bar passou por diversos administradores. Para ele, o segredo da longevidade do Porão está na capacidade de adaptação. "Nossa vontade era fazer um bar rock, mas como existe uma cultura do sertanejo muito forte na nossa região, fizemos concessões. Hoje preenchemos quase toda agenda com festas sertanejas, eletrônicas, porque só o rock não sustenta economicamente."
Entre as noites memoráveis do Porão, Funari lembra de uma apresentação em 2013 de Blaze Bayley (vocalista do Iron Maiden entre 1994 e 1998), e o show de Nasi, líder do Ira, que tocou com uma banda formada só por músicos procopenses, em 2012. "Acho que quase todo mundo da região já curtiu uma grande noite no Porão."

CARIOCA
Orivaldo Aparecido de Oliveira, de 59 anos , é carioca da gema, e chegou a Cornélio Procópio aos 18 anos. Aficionado por rock, especialmente os clássicos, como Beatles, Rolling Stones e Pink Floyd, quis montar um bar onde fosse possível ouvir as músicas que ama. Quem relata é o filho de Carioca, João Felipe Silva de Oliveira, uma vez que seu pai está acamado, com problemas respiratórios e cardíacos.
Instalado no alto do morro do monumento Cristo Rei, o bar conta uma vista privilegiada. "No início funcionava no local onde atualmente é o mirante que tem sobre o bar. Depois houve uma mudança para um terreno ao lado, mas há 30 anos está neste mesmo ponto", conta Oliveira. A vista das alturas, que tanto encanta, também já foi motivo de dificuldades. "Quantos invernos ele falou que ia fechar o bar porque venta e faz muito frio, o movimento despenca, mas assim que o calor chega, compensa tudo", brinca o rapaz.
Considerado um bar democrático, com um público de diversas classes sociais, de intelectuais a pessoas com pouca instrução, o Carioca se caracteriza por sua abertura aos artistas. "Meu pai abre espaço a todos. Basta trazer o violão e o som, que a festa já está feita. Ele só não gosta quando tocam sertanejo, quer manter a tradição, mesmo que não dê muito dinheiro", brinca.
Os dias de maior movimento são as tarde de domingo, especialmente quando há shows de rock e música eletrônica. Para Oliveira, o que fez o bar se manter por tantos anos foi a simpatia do pai. "Ele tem muitos amigos, é muito querido na cidade. O lugar é como ele: simples. O pessoal vem sem frescura, para ouvir música boa, conversar e tomar uma cerveja com essa vista linda."
Rubia Pimenta
Especial para a Folha
FOLHA DE LONDRINA
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