Grande nevasca causa pânico nos EUA
Tempestade pode afetar cerca de 80 milhões de pessoas; moradores de Washington correram aos supermercados para estocar alimentos

Washington deve ser uma das cidades mais afetadas; meteorologia alerta que a cidade será coberta por cerca de 60 centímetros de neve
Washington - A capital dos Estados Unidos se prepara para o pior. À espera da supertempestade que se aproxima da costa leste do país, os moradores de Washington correram aos supermercados para estocar alimentos e outros produtos básicos, enquanto a meteorologia alerta que a cidade será coberta por 60 centímetros de neve, ou mais, no fim de semana.
Até a manhã de ontem, 4.600 voos haviam sido cancelados. A expectativa é que a tempestade atinja 15 Estados por volta do fim do dia, afetando cerca de 80 milhões de pessoas.
Os governadores de Pensilvânia, Maryland, Virgínia, Carolina do Norte e Geórgia declararam estado de emergência, assim como a Prefeitura de Washington, que deve ser uma das cidades mais atingidas pela tempestade, batizada de Jonas.
A orientação é para que os moradores das áreas mais atingidas estoquem artigos básicos para até uma semana e fiquem em casa. Se as previsões se confirmarem, será o maior volume de neve já registrado na capital americana.
Numa decisão rara na cidade, as autoridades anunciaram que o metrô ficará fechado até a segunda-feira. Escolas cancelaram as aulas. O serviço público funcionou somente até o meio expediente ontem, para facilitar a volta para casa dos funcionários antes que o Jonas chegasse.
Funcionária do Senado, Helen Harrys preferiu não esperar. Pediu dispensa do trabalho logo de manhã e foi às compras. Com o carrinho cheio, aguardava numa longa fila que se estendia por todos os corredores de um supermercado no centro da capital. "Às vezes a meteorologia promete e não cumpre. Mas dizem que desta vez a tempestade será épica, achei melhor me prevenir", disse ela, moradora de Baltimore, que fica a 60 quilômetros de Washington.
Várias prateleiras estavam vazias, como a do leite, do pão e da água mineral. Na longa fila do supermercado e nas redes sociais, a tempestade era o assunto dominante, com fartas críticas à incapacidade do governo em manter a cidade funcionando.
A preocupação aumentou depois da prévia de última quarta-feira, quando a cidade ficou praticamente paralisada com meros 3 centímetros de neve. Até o presidente Barack Obama ficou preso no trânsito ao voltar de viagem. O trajeto entre a base aérea de Andrews e a Casa Branca, geralmente de menos de 30 minutos, levou o dobro do tempo. Muriel E. Bowser, prefeita de Washington, reconheceu que. "Não fornecemos os recursos num momento em que poderia ter feito a diferença", disse a prefeita, que também declarou estado de emergência na capital.
De acordo com Louis Uccellini, diretor do Centro de Previsão do Tempo de College Park, Maryland, a nevasca pode ser extremamente perigosa e provocar prejuízos de mais de US$ 1 bilhão (R$ 4,1 bilhões).
Folhapress