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Médico é acusado de atuar em dois empregos no mesmo horário

MP-PR investiga profissional de Campo Largo; suspeita é de que ele trabalhe no Samu e centro médico municipal em mesmo plantão


Curitiba – O Ministério Público (MP) do Paraná instaurou inquérito civil para apurar a situação de um médico de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba (RMC), suspeito de trabalhar no mesmo horário no Centro Médico Hospitalar e no plantão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo a 1ª Promotoria de Justiça, o profissional, cujo nome não foi divulgado, recebia pelos dois serviços, com a anuência do diretor da unidade, Giovani Marcon, o que configura prática de enriquecimento ilícito e dano ao erário. A gestão do prefeito Affonso Portugal Guimarães (PSD) também abriu um procedimento administrativo, com o objetivo de averiguar o caso e, eventualmente, punir os responsáveis.
O promotor Hugo Evo Magro Correa Urbano requisitou documentos para a administração e realizou diligências na unidade de saúde no dia 12 de janeiro. Na ocasião, solicitou prontuários de pacientes atendidos, o livro de registro de presença, assim como a escala de trabalho dos funcionários da instituição e do Samu. Em nota, ele informou que no livro de ponto não havia assinatura e especificação do horário em que o médico investigado atuava. "Além disso, ao ser questionado sobre a escala dos médicos de plantão no Centro Médico Municipal, o diretor informou à Promotoria que não dispunha dela, uma vez que a empresa responsável pelo fornecimento de mão de obra médica ainda não a havia encaminhado", diz trecho.
Ainda de acordo com o MP, durante a visita foi solicitada a presença do médico, que não estava no local, "pois acabara de sair para atender uma ocorrência do Samu". Posteriormente, o profissional negou que estaria recebendo pelos dois plantões. "A Promotoria de Justiça voltou ao centro em 14 de janeiro, a pedido da Secretaria Municipal de Saúde, que alegou encontrar empecilhos para a retirada dos documentos requisitados". Urbano então retornou à unidade na companhia da Guarda Municipal, do secretário de Saúde e de servidores, que acompanharam a apreensão dos objetos necessários para a investigação.
O Conselho de Saúde da cidade enviou ofício à prefeitura solicitando o afastamento de Giovani Marcon de suas funções no Samu e a entrega dos uniformes da instituição até que as investigações terminem. Já o MP pediu que a gestão municipal instale ponto eletrônico, para evitar a duplicidade de horários, e atualize o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), onde ficam registrados os horários trabalhados de cada funcionário. O CNES estaria desatualizado desde 2013.
A prefeitura disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que implantará o ponto biométrico não apenas no centro, como em todas as 18 unidades de saúde de Campo Largo. O prefeito também se reuniria com o promotor, para se inteirar mais a fundo sobre as investigações e, assim, tomar providências quanto à situação específica de Marcon. A gestão municipal completou que seguirá colaborando com o MP e que, se as irregularidades forem comprovadas, os envolvidos serão devidamente punidos, inclusive com a exoneração de suas funções.
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
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