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Moradora reivindica melhoria em estrada para filha voltar à escola


Divulgação/Arquivo Pessoal
Dificuldade para chegar à cidade faz parte da rotina de Isabela e Gisele

Santo Antônio da Platina - Desde setembro do ano passado, Isabela Fernanda Lino, de 12 anos, filha da diarista Gisele Fernanda de Souza Lino, de 31, está sem poder frequentar a escola porque a estrada rural que liga o bairro Lajeadinho, onde mora, ao município de Santo Antônio da Platina, não oferece condições de tráfego. Cansada de implorar por solução ao problema à prefeitura, Gisele decidiu procurar o Ministério Público para garantir à filha especial o direito aos estudos.
O trecho de estrada de terra com aproximadamente sete quilômetros dificulta até mesmo o transporte em carroças, e os únicos meios de chegar ou deixar o local são a pé ou a cavalo. Durante meses, a diarista percorreu parte do trajeto caminhando com a filha de 12 anos - em alguns pontos do percurso sendo necessário carregá-la no colo - para garantir o transporte escolar oferecido pela prefeitura, porém, as fortes dores no corpo e a necessidade de trabalhar para ajudar no sustento da casa a obrigaram interromper a rotina, o que resultou na interrupção dos estudos da criança.
"Não tinha mais forças para carregá-la. Depois que a entregava no ponto (do transporte escolar) eu seguia para o meu trabalho na cidade, mas o serviço já não rendia por conta do cansaço e eu corria o risco de ser demitida. Por isso fui obrigada a deixá-la em casa até que o problema fosse resolvido pela prefeitura, mas pelo jeito ainda vai longe", lamenta Gisele.
De acordo com a diarista, em abril irá completar um ano que a prefeitura iniciou e não concluiu a construção de uma ponte em uma das estradas de acesso ao bairro, fato que para ela mostra o descaso por parte da administração pública com os moradores. Por isso, Gisele disse que irá procurar o Ministério Público para denunciar o problema. "Temos o direito de ir e vir garantido pela legislação, mas aqui não! Se em um ano a prefeitura não conseguiu terminar uma ponte, quanto tempo levará para arrumar a estrada?", questiona, comentando sobre a decisão que pretende tomar. "Já falei com um monte de ‘responsável’ e ninguém faz nada. Então irei procurar o Ministério Público para denunciar, pois não posso parar de trabalhar e muito menos minha filha deixar de estudar. É um absurdo o que está acontecendo aqui!", desabafa Gisele.
Procurada pela reportagem da FOLHA, a diretora do Departamento de Obras da Prefeitura de Santo Antônio da Platina, Marlene Barreto, informou que os trabalhos de manutenção nas estradas rurais foram paralisados por conta do excesso de chuvas registrado no município. No entanto, segundo ela, os serviços já foram retomados e estão e sendo executados conforme a classificação de urgência. Conforme a diretora, a estrada de acesso à casa da família da diarista deve ser recuperada nos próximos dias.
Quanto à ponte em construção citada pela moradora, Marlene também atribuiu a demora ao mau tempo. As chuvas, segundo ela, arrancaram todas as manilhas que já haviam sido fixadas para a conclusão da obra definitiva em alvenaria que irá substituir a antiga ponte de madeira que havia na localidade. Os serviços já foram retomados.
Luiz Guilherme Bannwart
Especial para a FOLHA
FOLHA DE LONDRINA
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