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Número de homicídios cai 41% em Londrina

De acordo com a Polícia Civil, 55 pessoas foram assassinadas em 2015, contra 93 no ano anterior

Arquivo FOLHA
Os executores utilizaram armas de fogo em 42 dos 55 homicídios registrados no ano passado

A quantidade de pessoas assassinadas em Londrina diminuiu em 2015, mas o número ainda é preocupante, de acordo com autoridades do setor de segurança pública. Entre janeiro e dezembro, a Polícia Civil registrou um total de 55 homicídios, 38 a menos em comparação com 2014, quando ocorreram 93. As estatísticas divulgadas pela Delegacia de Homicídios de Londrina desconsideram os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), vítimas fatais em acidentes de trânsito e mortes ocasionadas em confrontos com a polícia.
Para o delegado de Homicídios, Paulo Henrique Costa, a queda expressiva em 2015 é reflexo do trabalho aprofundado de investigação. "Identificamos não só o executor, mas o mandante, os partícipes e outras pessoas envolvidas nos crimes. Isso fez com que as quadrilhas que mandavam em determinados locais fossem desbaratadas. O trabalho não foi isolado. Começamos a fazer essas ligações e identificamos a disputa entre grupos rivais", destacou. Conforme Costa, aproximadamente, 75% dos crimes já haviam sido elucidados até novembro.
Os executores utilizaram armas de fogo em 42 dos 55 homicídios registrados. Nos outros 13 casos, as vítimas foram mortas por armas brancas como facas ou outros objetos. O número de assassinatos foi maior nas zonas norte e sul de Londrina, empatadas com 16 ocorrências cada. Na zona leste foram dez homicídios. Na oeste e no centro foram registrados cinco crimes em cada área. Na zona rural foram três homicídios.
O delegado divulgou ainda que quase metade dos assassinatos (45%) ocorreu aos sábados e domingos. "Percebemos que o número de homicídios ligados ao tráfico de drogas ou às quadrilhas que atuavam na região teve queda expressiva. Já os homicídios entre parentes e familiares e os crimes ocasionados por brigas momentâneas se mantiveram constantes", apontou. A divisão dos índices de acordo com a motivação dos crimes ainda não foi concluída pela Polícia Civil. Entre as vítimas de 2015, sete eram mulheres.
A quantidade de homicídios em Londrina caiu 49% em relação a 2010 quando foram registradas 108 mortes. Em 2011, foram 93. No ano seguinte, 111 vítimas de homicídio fizeram parte da estatística. Em 2013, 73 pessoas foram assassinadas. "Em 2012 foi criada a Delegacia de Homicídios de Londrina. Hoje temos um delegado, nove investigadores e dois escrivães. A estrutura dá conta do trabalho de investigação, mas sempre que tivermos mais pessoal será melhor", ressaltou o delegado.
Já a Polícia Militar registrou 57 homicídios em 2015, considerando as cidades de Londrina e Tamarana atendidas pelo 5º Batalhão da Polícia Militar e pela 4ª Companhia Independente da PM. A redução foi de 39% em comparação com os 93 casos registrados no ano anterior. "Utilizamos a mesma fonte de dados da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Alguns casos são confrontados após meses de investigação", explicou o porta-voz do 5º Batalhão, capitão Marcos Tordoro.
As estatísticas detalhadas não foram concluídas, mas serão utilizadas para planejar as ações de reforço na segurança. "A queda é bastante significativa e positiva. Vamos fazer uma análise para que em conjunto com todos os órgãos diretos e indiretos possamos traçar estratégias de melhorias na cidade", afirmou. O número de mortes durante confronto com os policiais não foi divulgado.
Para o advogado e integrante da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Londrina, Raul Vidal, o serviço de informações das polícias Civil e Militar tem contribuído para a queda na criminalidade. "Acho que Londrina hoje está em uma situação intermediária, não está na perfeição, mas também não possui muitas deficiências na segurança pública. A gente sente a falta de motivação do governo do Estado em relação à segurança pública, mas não sente isso em relação à prefeitura, que tem investido na Guarda Municipal. Temos cobrado das autoridades, principalmente, a reposição de policiais e a manutenção das viaturas. Há um número muito grande de aposentadorias que não equivale à quantidade de profissionais convocados", lembrou. Vidal já atuou como diretor do antigo Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina (CDR), atual unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL) e como secretário municipal de Defesa Social. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública, o balanço do total de crimes registrados em todo o Estado deve ser divulgado em fevereiro.
Viviani Costa
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
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