PM descarta ligação entre assassinatos de policiais
Comando-Geral da Polícia Militar afirma que crimes foram isolados e não têm conexão com facções; Apra-PR teme pela segurança da categoria
Curitiba - O assassinato de dois policiais militares (PMs), na noite de terça-feira, em Curitiba e em Colombo (região metropolitana de Curitiba) desencadeou uma série de diligências de equipes especializadas da Polícia Civil durante todo o dia de ontem. Nas horas seguintes aos homicídios, a Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra-PR) recebeu denúncias de que os crimes teriam sido orquestrados e eram ligados a facções criminais. Mas a possibilidade foi logo descartada tanto pelo Serviço de Inteligência da PM, quanto pela Polícia Civil e pelo Departamento de Inteligência do Estado do Paraná. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Maurício Tortato, os crimes foram isolados, sem ligação com o crime organizado.
As duas vítimas estavam afastadas do serviço operacional para tratamento de saúde e estavam de folga no momento dos crimes. O soldado Nilson Pinheiro da Veiga, de 38 anos, lotado no 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM), foi morto no Sítio Cercado, em Curitiba. Ele estava há quase oito anos na corporação. Já o soldado James Wilson Camargo, de 39, pertencia ao 22º BPM e atuava como policial militar há 17 anos. Ele foi morto em Colombo. Nas redes sociais houve comentários sobre outros dois policiais que teriam sido vítimas de ataques. No entanto, o Comando-Geral da PM afirmou que não houve registros sobre esses casos.
O primeiro homicídio aconteceu por volta de 20h18 na Rua Doutor Levy Buquera, no bairro Sítio Cercado. Segundo relatos repassados à PM por pessoas que teriam presenciado o crime, o soldado Nilson Pinheiro da Veiga estava em um Fiat Palio, de cor prata, conversando com um homem quando um Fiat Tipo, de cor prata, e suspeitos, em uma moto, teriam se aproximado e feito disparos de arma de fogo contra o policial militar. Eles fugiram em seguida. O soldado foi socorrido por uma ambulância do Samu e levado ao posto de saúde do Sítio Cercado, mas não resistiu.
O segundo crime aconteceu cinco minutos depois, por volta de 20h23, nas proximidades de um posto de combustíveis na BR-116, sentido São Paulo, em Colombo. O soldado Camargo estava num veículo Celta, de cor vermelha. Testemunhas disseram que o PM teria sido abordado por um homem que usava regata vermelha e que com uma arma em punho fez disparos contra o policial. Após o crime, o suspeito fugiu. O Siate foi acionado para socorrer o militar, que morreu no hospital.
Os crimes estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, de Curitiba, e pela Delegacia do Alto Maracanã, de Colombo. O presidente da Apra-PR, Orelio Fontana, disse que a associação está bastante preocupada com os crimes. "O Estado do Paraná tem que agir para defender o pessoal que trabalha na segurança pública", afirmou. Ele espera que a Polícia Civil esclareça o mais rápido possível esses assassinatos.
Na tarde de ontem, um suspeito de matar Camargo foi detido e levado para a Delegacia de Alto Maracanã. Mas até a o fechamento desta edição, a polícia não divulgou mais detalhes sobre o caso.
Adriana De Cunto
Reportagem Local
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA