Infantino tem missão de ‘resgatar o respeito da Fifa’
Suíço foi eleito ontem o novo presidente da entidade que controla o futebol mundial após receber 115 votos de 207 possíveis

Vitorioso na eleição, Gianni Infantino terá uma dura missão à frente da desgastada Fifa
Zurique, Suíça - O suíço Gianni Infantino foi eleito presidente da Fifa, ontem, em Zurique, sucedendo ao controverso Joseph Blatter, que estava à frente da entidade desde 1998, com a dura missão de resgatar a confiança de uma entidade abalada por escândalos de corrupção sem precedentes nos últimos meses.
"Vamos resgatar o respeito e a imagem da Fifa, temos que ter orgulho da Fifa. Orgulho do que faremos juntos", sentenciou o dirigente de 45 anos, que se tornou o nono presidente da história da entidade.
Infantino foi eleito no segundo turno, obtendo a maioria simples com 115 votos de 207 possíveis, contra 88 do principal rival, o xeque bareinita Salman ben Ibrahim al Khalifa, presidente da Confederação Asiática (AFC).
Salman era visto como uma séria ameaça às ambições de Infantino, por contar com o apoio oficial da AFC e da Confederação Africana, mas não conseguiu se tornar o primeiro presidente asiático da Fifa.
Infantino, por sua vez, contou com apoio da Europa e da América do Sul, inclusive o Brasil, sendo que todas as federações da Conmebol já haviam adiantado que pretendiam votar em bloco.
O príncipe jordaniano Ali, que tinha levado Blatter ao segundo turno na última eleição, em maio do ano passado, ficou com apenas quatro votos, e o francês Jérôme Champagne não obteve nenhum.
O sul-africano Tokyo Sexwale, ex-companheiro de cela de Nelson Mandela, se retirou da disputa antes mesmo do primeiro turno, e se colocou "à disposição do futuro presidente".
O segundo turno foi necessário porque nenhum candidato conseguiu os dois terços dos 207 votos das federações nacionais que participaram do pleito. Infantino teve 88, Salman 27, Ali 27 e Champagne 7.
'PLANO B'
Antes de ser alçado ao mais alto cargo do futebol mundial, o suíço era secretário-geral da Uefa, e braço-direito do presidente dessa entidade, Michel Platini.
O ex-craque francês era considerado o grande favorito da eleição, até ser suspenso pela comissão de ética da Fifa, por conta de um pagamento suspeito de 1,8 milhão de euros de Blatter.
Infantino surgiu como um 'Plano B' depois da desistência de Platini, mas vai passar agora a ser conhecido pelo público não apenas por ser o simpático carequinha dos sorteios da Liga dos Campeões.
"Faltam palavras para manifestar minhas emoções. Já disse que comecei uma viagem, uma viagem extraordinária que me permitiu encontrar muita gente extraordinária, que ama o futebol, respira o futebol. Muita gente que merece que a Fifa seja uma instituição respeitável", afirmou, visivelmente emocionado.
"Quero ser o presidente de todos vocês, de todas as 209 federações nacionais. Percorri o mundo e quero continuar fazendo isso. Quero trabalhar como todos vocês, para reconstruir uma nova era na Fifa, para que o futebol volte ao centro do cenário", enfatizou.
France Presse/FOLHA DE LONDRINA