LEC tem chances de escapar de pena
Advogado do clube, Osvaldo Sestário busca uma falha processual nos autos para evitar que o clube perca seis pontos pela escalação de Germano diante do PSTC
A presença em campo de Germano diante do PSTC pode causar sérios problemas ao Londrina
O Londrina ainda tem chances de escapar da punição que prevê a perda de seis pontos no Campeonato Paranaense pela escalação irregular do volante Germano na partida diante do PSTC Procopense, domingo, na abertura do torneio. Quem diz isso é o advogado especialista em direito esportivo Osvaldo Sestário, que presta serviços ao clube e atua desde ontem como consultor da diretoria alviceleste no caso.
Para isso, no entanto, o clube terá que provar que não foi informado da pena imposta ao jogador, que é o que alega o departamento de futebol desde que o caso veio à tona, na tarde da última quarta-feira. "Se a gente encontrar uma falha processual nos autos, de intimação por exemplo, a chance é grande, agora se não houver nenhuma falha, aí acredito que é muito difícil, porque realmente existiu a pena", explicou Sestário.
Um suposto novo e-mail, segundo o Londrina, criado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) para informar decisões judiciais, seria o pivô do problema. O clube alega que a conta foi criada, mas não lhe foram repassadas as informações de acesso. "O que me passaram foi o seguinte: que foi criado um e-mail novo para o Londrina, que o clube não teve acesso, e as intimações anteriores do Londrina vinham por outro e-mail. Então, se isso aconteceu realmente, pode ser que o Londrina tenha uma chance", reforçou o consultor do LEC no caso.
Ainda sem saber se será o responsável por defender o Tubarão no caso, Sestário informou que já solicitou uma cópia do processo para traçar um caminho de defesa.
DENÚNCIA
Germano foi denunciado por uma suposta cotovelada desferida contra o lateral Norberto, do Coritiba, no duelo válido pela partida de ida das semifinais do Estadual do ano passado, no estádio do Café. O jogador foi julgado no dia 12 de maio e punido com a suspensão em uma partida, que deveria ser cumprida na estreia da equipe no Estadual deste ano, ou seja, no duelo diante do PSTC.
Por precaução, a direção tirou o atleta do confronto com o Toledo, na última quarta-feira, válido pela segunda rodada do Estadual, mas a atitude pode não ser determinante para a defesa. "Isso não importa, pois não acumula. Ele poderia ter jogado ontem (quarta-feira). Se fossem dois jogos (de pena), aí justificaria não jogar. Mas até para uma defesa, acabou sendo bom ele ter ficado de fora", explicou Sestário.
Como Germano foi julgado em primeira instância pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), o Londrina poderia ter entrado com recurso, o que não aconteceu. Advogado responsável pela defesa do jogador no primeiro julgamento, Domingos Moro contou à FOLHA que não lhe foi solicitado nenhum pedido após a primeira sentença. "Conseguimos reverter para uma partida, ato hostil, e pedimos o acórdão (resumo da decisão) para termos mais tempo de recorrer. Mas não recebi nenhuma determinação no sentido de agir de qualquer forma. Já passei isso ao Sérgio (Malucelli, gestor do LEC) também. Não posso por iniciativa minha fazer um recurso", falou.
O experiente advogado afirmou ainda que avisou o clube sobre a decisão do TJD-PR. "Efetivamente, isso foi feito. E quando você faz um julgamento, você passa o resultado, isso sempre foi hábito meu", pontuou, antes de frisar que o resultado dos julgamentos é público. "Quando ocorre um julgamento, é publicado seu resultado, e ele é público, vai para os sites da federação e do TJD. Se um clube sabe que houve um julgamento é só entrar depois e verificar qual o resultado. Na teoria, ele não precisaria ser informado", afirmou.
"Mas há de se ressaltar também que o Londrina é muito organizado, o João Severo (supervisor) é um profissional de muita experiência, de muitos anos de rodagem, não creio que uma falha dessas pudesse se verificar lá. Deve haver algo no meio disso que não funcionou bem", apontou.
A representação do Londrina no julgamento de Germano foi o último trabalho de Moro prestado ao clube. Ele defendeu o LEC no caso da briga generalizada diante do Brasil de Pelotas.
Rafael Souza
Reportagem Local
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA