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Polícia desarticula quadrilha especializada em roubo de carros

Grupo atuava em SC, PR e RS; 18 pessoas foram detidas, sendo quatro no interior do Paraná, em Francisco Beltrão


Curitiba - Uma força-tarefa envolvendo 300 agentes da Polícia Civil dos três Estados da Região Sul desarticulou ontem uma quadrilha responsável pelo roubo de pelo menos 200 veículos, num período de oito meses. O grupo cometia os crimes na região metropolitana de Porto Alegre, clonava os carros e, em seguida, revendia para contrabandistas na Fronteira-Oeste, em Santa Catarina e no Paraná. Conforme balanço parcial, 18 pessoas foram presas, sendo quatro em Francisco Beltrão (Sudoeste do PR), uma em São Lourenço do Oeste (Noroeste de SC) e as demais em oito cidades do Rio Grande do Sul. O nome da operação, ‘Cadeira de Ferro’, faz referência a um dos líderes, que é cadeirante.
De acordo com o delegado Luciano Peringer, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), do Departamento de Investigações Criminais (Deic) do RS, a corporação cumpriu 107 ordens judiciais, incluindo 64 mandados de busca e apreensão, recuperou cinco veículos, três armas, mais de cem munições de diversos calibres e pequenas quantidades de droga. As investigações tiveram início em maio de 2015. "Começamos a monitorar a partir de uma prisão em flagrante – foram apreendidos diversos veículos, quando eles estavam sendo clonados, e nos chamou muito a atenção, porque eram vários ao mesmo momento. Identificamos esse indivíduo, que já tinha passagens (pela polícia) e então todos aqueles com quem ele mantinha contato", contou.
Ainda segundo Peringer, depois de roubar os carros, principalmente no bairro Petrópolis, na capital gaúcha, os suspeitos os levavam para Alvorada, onde verificavam a existência de rastreadores e iniciavam a adulteração de vidros, chassi, caixa de câmbio e placas. Em seguida, providenciavam a documentação falsa e faziam anúncios na Internet. Os automóveis eram vendidos a preços bem abaixo da média – entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, como se fossem financiados. "Esses indivíduos utilizavam carros roubados e clonados para servir de mula e trazer contrabando do Paraguai", explicou. No Paraná e em Santa Catarina eram priorizadas caminhonetes e outros veículos grandes, enquanto no Rio Grande do Sul se buscava os populares Hyundai HB20, Chevrolet Onix, Renault Sandero e Honda Fit, de mais fácil colocação".
Entre os presos ontem, em Alvorada, estava Altamir Luciano, conhecido como Alemão e considerado o principal "clonador" de carros da região de Porto Alegre. Conforme o delegado, ele recebia entre R$ 200 e R$ 300 para cada carro que adulterava. Já em Beltrão foi encontrado o homem suspeito de instalar rádio comunicador nos veículos e mais três pessoas, em um imóvel no bairro Pinheirinho.
Um casal, também paranaense, que usava os carros roubados no Rio Grande do Sul para o transporte de contrabando, seguia foragido. Os detidos foram conduzidos ao Deic para os procedimentos legais e, posteriormente, seriam encaminhados ao sistema penitenciário. A polícia não informou se haveria transferências ao Paraná.
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA
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