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Agrishow busca superar crise política com força do setor

Organizadores da maior feira de máquinas agrícolas do País afirmam que agronegócio tem força própria e que independe de definição no Planalto

Divulgação – Agrishow
Feira em Ribeirão Preto foi aberta ontem com a expectativa de pelo menos igualar o valor estimado de R$ 1,9 bilhão em negócios gerados no ano passado

Ribeirão Preto - A 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) começou ontem, em Ribeirão Preto (SP), com a expectativa de manter o bom ritmo de negócios das edições anteriores. Mesmo com a crise política e econômica pela qual o País passa, os organizadores do maior evento nacional do setor afirmaram que o agronegócio tem força própria para que as políticas públicas continuem a evoluir, independentemente da definição sobre quem estará na Presidência da República nos próximos meses.
Em entrevista coletiva, os representantes das principais entidades que promovem a feira defenderam que ainda há recursos disponíveis no Plano Safra em andamento, que o próximo está em construção desde o ano passado e não deve ser afetado. Ainda, consideraram que há espaço para a renovação de maquinário e que não se mexe em time que está ganhando, o que impediria que qualquer definição acerca do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e a possível substituição pelo vice Michel Temer, prejudique o cenário no campo.
O presidente da Agrishow e da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, lembrou que a agropecuária e a agroindústria têm se consolidado nos últimos anos, ao ganhar em produtividade e em técnica. "Claro que a situação do País e do mundo hoje tem complicadores, e temos de demonstrar mais atenção e perspicácia para não falharmos", disse. "Mas o setor tem dado certo no Brasil e temos força de reserva para crescer no campo econômico e na geração de empregos", completou.

Financiamento
O vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Francisco Maturro, citou como exemplo da força do setor o fato de ainda existir recursos disponíveis em todas as linhas de financiamento ao agricultor. "Temos no Moderfrota do BNDES e do Banco do Brasil e as mudanças não atingirão isso. Mesmo o próximo Plano Safra já está em construção e vai continuar assim até ser exposto no meio do ano", disse.
Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, "o agronegócio é hoje maior do que os governos". "É um sistema econômico e social que vai se consolidando e todos os governantes que surgiram melhoraram o que já existia", afirmou. "Não existe cavalo-de-pau possível nas políticas públicas do agro e tudo vai ocorrer como precisa ocorrer."
Somente o presidente de honra da Agrishow, Maurílio Biagi Filho, fez uma ressalva sobre o momento do País. "Estamos pisando em ovos sobre o que pode ocorrer e não sabemos o que está em curso nessa tramitação político-jurídica (do impeachment), no que isso vai resultar, mas não há dúvida do potencial do agronegócio."
Mesmo assim, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, apegou-se ao fato de que ainda há como ganhar terreno no trabalho no campo. "Existem 30% de maquinários agrícolas no Brasil com mais de 20 anos e um estudo mostra que, se houvesse modernização, ganharíamos 10% em produtividade mesmo sem aumentar a área plantada."
Pastoriza ainda lembrou que a entidade apresentou ao governo federal a proposta de um programa para melhorar tanto o parque industrial quanto o maquinário agrícola nos próximos oito anos, de forma a recuperar o setor. "Demos o nome de Modermaq e o governo entendeu que é algo que tem de ser feito, mas que neste momento não pôde ser colocado em prática pelas restrições orçamentárias que existem."

Repórter viajou a convite de empresas do setor
Fábio Galiotto*
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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