Histórico político-policial ressurge com a morte de Caboclinho

O assassinato de Joarez da França Costa, o Caboclinho, reacendeu episódios que já estavam esquecidos no noticiário político-policial do Paraná. Costa e o filho, Rafael Ribeiro da Costa, vereador em Ortigueira (Centro-Oriental), foram mortos no começo da noite de segunda-feira na localidade conhecida como Bairro Caetê, a 20 km do centro da cidade. Sob luto oficial de três dias, a prefeita Lourdes Banach autorizou ontem ponto facultativo nas repartições públicas municipais.
No mês de maio de 2000, Caboclinho, dono de lojas de peças em Curitiba, foi preso sob a acusação de comandar esquema de desmanche de carros roubados, que contava com a cobertura de policiais corruptos. Caboclinho havia sido citado na CPI do Narcotráfico, como integrante do crime organizado no Estado. Conforme reportagem da FOLHA da época, a partir da prisão, a extinta Promotoria de Investigações Criminais (PIC) passou a investigar também o suposto envolvimento do ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) Aníbal Khury nas irregularidades.
Na casa de Costa, a polícia encontrou fotografias com políticos e cadernos com os nomes de pessoas que eram, supostamente, beneficiadas com doações de recursos obtidos com o roubo de carros e lavagem de dinheiro. Apesar das acusações ligadas ao roubo de carros, Caboclinho acabou condenado, em 2003, a 17 anos de prisão, por assassinato.
Ontem, o delegado de Ortigueira, Rafael Souza Pinto, informou que os atiradores estavam em um carro Palio Weekend. Investigações preliminares da Polícia Civil indicam que Caboclinho e o filho teriam sido vítimas de uma suposta emboscada. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, enquanto o carro de Caboclinho, uma caminhonete Hillux cravejada de balas de fuzil, passa por perícia em Londrina. Segundo o delegado, que atua há dois anos em Ortigueira, Costa "levava uma vida tranquila por aqui, nunca tive problemas relacionados a ele".

Edson Ferreira
Reportagem Local

FOLHA DE LONDRINA