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MOBILIZAÇÃO - Ato marca um ano do massacre do Centro Cívico

No dia 29 de abril de 2015, pelo menos 200 professores ficaram feridos durante protesto em Curitiba


Curitiba – Há exatos 12 meses, a Polícia Militar (PM) reprimia com violência um protesto de mais de 30 mil servidores públicos, a maioria professores, contrários à polêmica reforma na Paranaprevidência. A "Batalha do Centro Cívico", ou "massacre", como as vítimas preferem chamar, ocorreu no mesmo momento em que, na Assembleia Legislativa (AL), os deputados estaduais aprovavam o projeto de lei encaminhado pelo governador Beto Richa (PSDB), transferindo beneficiários com 73 anos ou mais do Fundo Financeiro, bancado pelo Executivo, para o Previdenciário, que é abastecido pelas contribuições dos próprios trabalhadores. Pelo menos 200 pessoas ficaram feridas, atingidas por balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e até mordidas de cães da raça pit-bull.
Como forma de relembrar a data, entidades integrantes do "Fórum de Lutas 29 de abril", como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (APP-Sindicato), Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública (SindSaúde) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), realizam uma mobilização unificada hoje em Curitiba. A ideia é que os moradores do interior, incluindo os das principais cidades, como Londrina, Maringá e Cascavel, viajem em ônibus e caravanas, uma vez que os docentes pretendem paralisar as atividades nos 2,1 mil colégios e nas universidades estaduais. A concentração acontece a partir das 8h30, em dois locais distintos: na Praça Santos Andrade e na Praça Rui Barbosa, ambas no centro. De lá, os participantes sairão em caminhada até a Praça Tiradentes e, na sequência, em direção aos arredores da AL e do Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora de Salete.
"É um dia de luto para nós, mas também um dia de luta. Faremos uma caminhada reivindicatória, para que o governo do Estado atenda reivindicações de todos os servidores públicos, que estão paradas. O governo não tem atendido as pautas das diversas categorias", resumiu a secretária de finanças da APP, Marlei Fernandes, que é também membro do Fórum de Entidades Sindicais (FES). Como pendências, ela citou a falta de concursos públicos e atrasos em pagamentos de progressões e promoções da carreira. "Às 14h40, no horário em que nós tivemos o avanço dos policiais sobre os trabalhadores e a população que estava aqui, faremos um ato político e público em memoria desse dia, e dando continuidade à nossa luta", completou. No mesmo local, às 15 horas, haverá um show com a banda Detonautas, do vocalista Tico Santa Cruz.
"Na verdade, o que a gente tem observado nesse governo é um total desrespeito às categorias, às entidades. Nós tivemos alguns avanços, especificamente a data-base no ano passado, fruto de todo aquele enfrentamento, mas de lá para cá, não houve avanço em praticamente nada", relatou o secretário do Sindicato dos Servidores da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindiseab), Donizetti Aparecido Rosa da Silva. Diretora do SindSaúde, Elaine Rodella tem a mesma opinião. De acordo com ela, por conta da aprovação da mensagem em 2015, os aposentados do Executivo – que estão no Fundo Financeiro - totalizaram uma contribuição de mais de R$ 6 milhões. Já os pensionistas teriam contribuído com quase R$ 1,5 milhão. "O governo armou todo um contexto para aprovar a lei aqui e, com isso, violentou os nossos direitos."
Em nota, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), afirmou que a gestão tucana tem mantido diálogo permanente com as entidades sindicais, graças ao ajuste fiscal feito no ano passado. "Enquanto outros Estados não pagaram os salários, parcelaram, como é o caso de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o Paraná está, com muita prudência, tratando a questão dos servidores públicos com muito esforço para atendê-los." Ele lamentou ainda o que chamou de viés partidário da APP. "O sindicato está mais a serviço do PT nacional do que dos professores do Paraná. Eles despendem mais esforço para as causas do partido do que às causas dos professores."(Leia mais na página 6)
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local-FOLHA DE LONDRINA

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