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Saúde quer atrair adolescentes para vacinação contra HPV


Baixa procura pela imunização preocupa Sesa; apenas 54% das meninas que tomaram a primeira dose voltaram para a segunda

Marcos Zanutto
Vacina contra o HPV está disponível em 2.200 salas de imunização no Estado

O Ministério da Saúde começou este mês uma mobilização para intensificar a vacinação de meninas de 9 anos contra o vírus HPV, um dos responsáveis pelo câncer de colo de útero. No Paraná, a expectativa é que 82 mil meninas desta faixa etária sejam imunizadas.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) também está de olho nas meninas de 11 a 13 anos, que não tomaram a vacina ou que tomaram apenas a primeira dose. A vacina contra o HPV está disponível em 2.200 salas de imunização no Estado.
"Ainda não temos uma projeção dessa população, mas a nossa meta é atingir 80% dessa população feminina (de 11 a 13 anos). Estamos monitorando de três em três meses a procura pela vacina nos postos de saúde", comentou João Luiz Crivellaro, coordenador estadual de imunização da Sesa.
No ano passado, a primeira fase de imunização superou a expectativa da pasta. Foram vacinadas 620 mil meninas. "A cobertura foi mais de 20% acima da nossa meta", disse. No entanto, na segunda dose, a taxa foi de apenas 54%. "Queremos resgatar essa população de 11, 12 e 13 anos, que não tomou a segunda dose", afirmou.
Crivellaro enfatizou que a imunização só é completa com as duas doses da vacina. A segunda dose pode ser aplicada em qualquer momento, a partir de seis meses após a primeira. A vacina HPV quadrivalente faz parte do calendário nacional, mas a baixa procura preocupa a Sesa. "A adolescente não costuma procurar a UBS (unidade básica de saúde), por isso é importante que os pais estimulem as adolescentes a se vacinarem. A vacina é segura, eficaz e gratuita", enfatizou.
A estratégia de imunização, de acordo com Crivellaro, é definida por cada município, mas a Sesa tem orientado para que a vacinação seja realizada também nas escolas. Nos municípios com poucos funcionários para esse tipo de ação, a orientação é que as equipes de saúde trabalhem na divulgação junto às escolas. "Precisamos de uma força-tarefa", disse o coordenador.
"Pesquisas, em todo o mundo, demonstram que envolver as escolas é a melhor forma de alcançar altos índices de cobertura. Isso irá permitir que o Brasil possa ter uma geração de mulheres livres do câncer de colo de útero nos próximos anos", afirmou Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
A falta de interesse pela imunização não ocorre apenas no Paraná. É uma realidade nacional, por isso o Ministério da Saúde está intensificando a divulgação da importância da vacinação. Para isso lançou campanha publicitária com o slogan "Proteja o futuro de quem você ama".
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido de mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 70% infectadas pelos tipos 16 e 18, que são de alto risco para o desenvolvimento câncer do colo do útero.
Estudos apontam que 265 mil mulheres no mundo morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 16 mil novos casos e cerca de 5,4 mil óbitos. O câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais frequente entre mulheres brasileiras e a quarta causa de morte na população feminina. "A vacina tem uma resposta imunológica muito boa e é algo que vai ter um impacto positivo daqui alguns anos", ressaltou Crivellaro.
Aline Machado Parodi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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