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Conta de luz cairá até 14% nas residências do Paraná

Melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas e redução de encargos influenciam no desconto, que valerá a partir de julho

Gina Mardones
Especialistas afirmam que impacto do desconto no orçamento só será significativo se consumidor mudar hábitos simples para evitar desperdício
Gustavo Carneiro
A esteticista Kemile Alves: "[O desconto] É significativo, mas apenas parcial em comparação com o que pagava antes"

A conta de energia elétrica do paranaense vai ficar mais barata. A tarifa cobrada pela Copel Distribuição terá redução de 14,3% para os consumidores residenciais e a redução deve ser sentida nos boletos com vencimento a partir de 24 de julho. Considerando também os clientes industriais e comerciais, a redução média chegará a 12,87%.
O reajuste tarifário anual foi homologado ontem, em reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em Brasília, após análise da planilha detalhada da Copel que demonstrou a possibilidade de reduzir a conta de luz no Estado. "Nós já esperávamos uma redução nestes índices", diz o diretor da companhia, Antônio Guetter. A vigência da nova tarifa será de 12 meses.
Entre os fatores que influenciaram na revisão estão a melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, que produzem energia elétrica mais barata e leva ao desligamento das termelétricas, mas Guetter também cita a redução de encargos setoriais e melhoria na eficiência dos custos da empresa.
Em uma conta simples, o impacto em uma conta de luz de R$ 100 seria de R$ 14,30 a menos e o cliente nesta faixa de consumo mensal passaria a pagar R$ 85,70. O administrador especializado em finanças Maicon Putti diz que, para sentir a diferença de forma mais palpável, o ideal é calcular o quanto isso representará de economia no fim de doze meses – no caso, chegaria a R$ R$ 171,60 a menos de despesa.
O especialista recorda que o inverno está apenas começando e, neste período, as famílias ligam aquecedores e o chuveiro na temperatura mais alta. Por isso, afirma, "a redução vem em boa hora" em função do clima. "Nós vamos consumir mais e, de repente, este ganho não seja auferido de imediato. Mas, a médio prazo, em dois ou três meses, haverá um ganho pela queda no consumo de energia", afirma.

Custo no boleto
A redução na tarifa da Copel chega próxima ao momento em que a bandeira tarifária volta ao verde. O sistema foi adotado em momentos de escassez hídrica como forma de custear o funcionamento das termelétricas, que têm custos de produção maiores que as hidrelétricas. A bandeira vermelha estava em vigência desde o ano passado.
A ambulante Laura Dalcolli, por exemplo, diz ter percebido a conta de luz saltar de uma média de R$ 90 há um ano e meio para até R$ 300 no início deste ano – foi um período em que a casa recebeu duas pessoas a mais, admite.
Em média, os boletos da casa em que mora com o marido, a filha e a neta bebê chegam a R$ 150. Ela diz que o consumo é concentrado no chuveiro, lavadora de roupas, TV e geladeira. "Nem utilizo ferro de passar, dou preferência para tecidos que não amassam", conta. Para ela, a revisão para baixo fará diferença, mas não deve chegar no patamar de antigamente.
Na casa da esteticista Kemile Tamires Alves, o aumento foi semelhante. Ela diz que não tem eletrodomésticos que consumam muita energia elétrica e ressalta que quase todos trabalham o dia todo. "[O desconto] É significativo, mas será apenas parcial em comparação com o que pagava antes", compara.
A dona de casa Maria de Fátima Flausino faz o acompanhamento mensal dos relógios de água e luz mensalmente com o auxílio de um irmão para tentar não extrapolar as despesas do mês. "Quando vemos que gastamos muito, tento reduzir no uso da lavadora de roupas, banhos mais rápidos e no carregamento dos celulares", diz ela, que é cética em relação à queda na cobrança.
Controlar o gasto acompanhando o relógio de consumo não é tão eficiente, afirma Maicon Putti, que sugere medidas mais efetivas de mudança de hábito. "Precisa diminuir a duração do banho, apagar as luzes. Estamos em época de contenção de despesas. Ou [a pessoa] se conscientiza pelo amor, ou pela dor", afirma.
Luís Fernando Wiltemburg
Reportagem Local/folha de londrina

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