[Fechar]

Últimas notícias

PUBLICANO - Auditores receberam R$ 26 milhões em salários



Desde que a Operação Publicano foi deflagrada, em 20 de março de 2015, os 71 auditores suspeitos de envolvimento em esquema de cobrança de propina para deixar de autuar empresários sonegadores receberam do Estado, mesmo afastados do cargo, mais de R$ 26 milhões em salários, segundo estimativa feita pela FOLHA. Nenhum dos auditores está trabalhando: 63 estão afastados por ordem judicial e oito são aposentados, conforme consta dos dados disponibilizados pela governo do Estado no Portal da Transparência.
Para chegar ao valor gasto pelo Estado com os auditores investigados na Publicano, a FOLHA considerou a data do afastamento de cada um e a média salarial de maio, quando o pagamento aos 71 auditores somou R$ 2.280.834,58. Assim, o salário usado no cálculo foi de R$ 32.124.
Quinze auditores foram afastados em março de 2015, com a deflagração da primeira fase da Publicano e, portanto, o montante gasto com eles até agora foi de R$ 6,7 milhões; outros 45 tiveram o afastamento judicial decretado há 12 meses, em junho de 2015, após a segunda etapa e, desde então, receberam R$ 17,3 milhões.
Já dois auditores, em complemento à Publicano 2, foram afastados em setembro e montante pago a eles como salário foi de R$ 545 mil; por fim, na Publicano 4, em 4 de dezembro, outros nove auditores foram envolvidos e afastados e, neste período, receberam salários que somam R$ 1,7 milhão. Desta forma, o pagamento de salário aos auditores afastados somou R$ 26,3 milhões.

MAIO
Em maio, o menor salário pago aos 71 investigados foi de R$ 23,8 mil e o maior de R$ 57,5 mil, o que, segundo a Receita, constituiu uma exceção. Trata-se de um auditor que recebeu R$ 11,7 mil de salário; R$ 22,8 mil de vantagens pessoais, nas quais se inclui a quota de produtividade; e R$ 22,9 mil de vantagens retroativas, que seriam, segundo a assessoria da Receita, relativas ao desconto de contribuição previdenciária do servidor, que já teria direito à aposentadoria, mas continua na ativa. Sem considerar o caso único deste servidor, o maior vencimento bruto em maio foi de R$ 37,4 mil.

PAD
Dos 71 auditores investigados, 63 respondem a processos administrativos disciplinares (PAD). Neles, a Corregedoria-Geral da Receita sugeriu a demissão de todos. Contra os outros nove auditores (implicados na quarta fase da Publicano), o PAD ainda não foi aberto. A assessoria informou que apenas recentemente recebeu do Judiciário a documentação necessária à instrução do relatório preliminar para eventual abertura de PAD. Quando este relatório estiver pronto, será submetido ao Conselho Superior de Auditores Fiscais (Csaf) e ao secretário estadual de Fazenda.
Loriane Comeli
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA

Nenhum comentário

UA-102978914-2