A previsão de aumento do tráfego de Internet no Brasil é de 2,5 vezes entre 2015 e 2020, segundo revela a última edição do estudo Visual Network Index (VNI), divulgada nesta terça, 7.
Para efeito de comparação, na edição passada do VNI, considerando o período de 2014 a 2019, a previsão de crescimento era de 2,3 vezes. Serão 3,5 exabytes por mês, contra atuais 1,5 exabyte/mês.
A velocidade média da banda larga fixa crescerá na proporção de 2,3 vezes, passando de atuais 8,5 Mbps para 19,5 Mbps. É uma taxa menor do que a média mundial, mas com crescimento maior: a média global subirá de 24,7 Mbps para 47,7 Mbps no período.
O VNI também indica que em 2020, 46% das conexões serão acima de 10 Mbps no Brasil. Para efeito de comparação, seguindo dados mais recentes de banda larga da Anatel, as conexões acima de 12 Mbps (recorte utilizado pela agência) representam 29,7% do total.
Já para o tráfego IP, que considera também outros serviços além da Internet, a empresa espera que o volume triplique no País.
O consumo atual do mercado brasileiro é de 1,7 exabyte por mês, e a companhia acredita que chegará a 4,4 exabytes/mês em cinco anos.
Desse total de tráfego IP, o vídeo representará 85% no Brasil, penetração acima da média mundial de 82%. No ano passado, esse tipo de conteúdo era 67% de todo o tráfego. Isso representa um crescimento de três vezes, totalizando 3 exabytes/mês em 2020.
Mais smartphones
No País, haverá um crescimento de 97 milhões para 141 milhões de usuários de Internet, o que mostrará um aumento de 47% para 65% na penetração da população conectada. A quantidade de dispositivos conectados subirá de 519 milhões para 766 milhões.
Este último número, que considera também comunicação máquina-a-máquina (M2M) e Internet das Coisas (IoT), é menor do que os 785 milhões de dispositivos previstos para 2019 no VNI do ano passado. “Aqui, as conexões M2M estão evoluindo em um ritmo um pouco abaixo dos países em desenvolvimento, mas ainda bem acentuado”, destaca o diretor de provedores de serviços da Cisco, Hugo Baeta.
Para a Cisco, o ponto de inversão – ou seja, quando os smartphones dominarão o total de conexões – será em 2017 ou início de 2018. Desses 766 milhões de aparelhos, 51% serão de conexões móveis ou wireless, sendo que 34% serão M2M e 29% smartphones. Enquanto isso, o PC, atualmente responsável por 73% do tráfego IP, será reduzido a 38% de participação em 2020.
Wi-Fi cresce
Os acessos via Wi-Fi deverão crescer, inclusive por meio do uso de roteador residencial compartilhado para usuários de uma mesma operadora, o Wi-Fi community. Segundo Baeta, as operadoras brasileiras já testam esse tipo de aplicação, que ajudará a impulsionar esse tipo de conexão.
“Temos testes, várias operadoras estão fazendo isso, não são informações públicas, mas hoje estão seguindo a mesma tendência que vemos há alguns anos na Europa”, declara. Também impulsionará a tecnologia o uso de voz em HD, ou Wi-Fi calling, como já é usado pela operadora móvel virtual Porto Seguro Connecta. “Isso é um dos pontos que dará impulso ao Wi-Fi inclusive no Brasil”, diz. “E vai também mudar a cobertura”, informa o site de Exame.