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JOGOS MUNDIAIS ESCOLARES - Uma campeã gigante



"As crianças agora estão me tietando. A responsabilidade aumentou", disse a adolescente descoberta no "Desafiando Gigantes"

A mais nova promessa do atletismo londrinense acaba de ganhar uma medalha de ouro na Gymnasiade, os Jogos Mundiais Escolares. Aos 16 anos, Pâmela de Carvalho dá os primeiros passos para brilhar em uma modalidade, onde a cidade está acostumada a formar campeões.
A trajetória de Pâmela vai de encontro a muitas outras semelhantes que terminaram em grandes nomes do atletismo nacional. Moradora da periferia, vinda de uma família humilde, a adolescente foi descoberta em um projeto social no bairro onde mora: o conjunto João Turquino, localizado no extremo da zona oeste de Londrina, na divisa com Cambé.
"Nunca tinha tido contato com o atletismo. O projeto foi fundamental e não teria conseguido chegar até aqui se não fosse por este trabalho", revela a estudante do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Estadual 11 de Outubro, no Novo Bandeirantes, em Cambé.
Especialista na prova dos 800 metros, Pâmela foi quarta colocada na disputa individual e fechou o revezamento que garantiu o primeiro lugar da equipe brasileira na competição disputada na cidade de Trabzon, na Turquia. "Acabei começando muito forte e não consegui manter o ritmo. Mas, valeu como aprendizado porque depois no revezamento corri da forma correta e deu certo", reconheceu a menina, que é a terceira colocada no ranking nacional da categoria sub-18 e foi também campeã brasileira interclubes competindo por Campo Mourão, sua equipe atual. Apenas outros quatro paranaenses faziam parte da equipe de atletismo brasileira que foi para a Gymnasiade.
Pâmela começou a correr em 2009, quando o projeto "Desafiando Gigantes" foi iniciado na Escola Municipal Noemia Malanga pelo ex-corredor olímpico Cleverson Oliveira, também revelado no atletismo de Londrina. "Iniciei nas provas mais curtas e no ano passado passei para as corridas de 400 e 800 metros. Gosto mais das de 800, que unem resistência e velocidade", apontou.
Para o treinador, ter uma campeã mundial vinda de um projeto social mostra que não é preciso grandes investimentos para promover a iniciação esportiva. "Tem muito mais valor quando um atleta sai de um projeto como este. A Pâmela é muito focada no treino e sabe o que quer. Tem tudo para seguir adiante", apostou Oliveira, que na Olimpíada de Atlanta, em 1996, disputou a prova dos 400 metros com barreiras.
Pâmela, que ainda este ano vai disputar os Jogos Escolares e o Brasileiro Inter seleções, sabe que agora virou espelho para os demais participantes do projeto e tem certeza de onde quer chegar. "As crianças agora estão me tietando. A responsabilidade aumentou. Quero conquistar um espaço em um clube mais estruturado para seguir evoluindo e poder chegar a uma Olimpíada", revelou.
Lucio Flávio Cruz
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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